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Capital

Diretor culpa nova lei por assassino de policiais estar sem algemas

“Perdemos dois de nossos melhores policiais, covardemente assassinados", disse o delegado-geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas

Viviane Oliveira e Marta Ferreira | 10/06/2020 06:19
Marcelo Vargas ontem no local onde ocorreu o duplo assassinato dos policiais civis (Foto: Paulo Francis) 
Marcelo Vargas ontem no local onde ocorreu o duplo assassinato dos policiais civis (Foto: Paulo Francis)

O assassino de dois policiais civis, Ozeias Silveira de Moraes, de 45 anos, era transportado sem algema em cumprimento a Lei do Abuso de Autoridade, segundo informou nesta manhã o delegado-geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas.

“Perdemos dois de nossos melhores policiais, covardemente assassinados quando conduziam um preso e outro suspeito (o preso devidamente algemado e o suspeito em cumprimento a Lei de Abuso de Autoridade, sem algemas). Aí fica a pergunta: que lei é esta que preserva o bandido e mata o policial?”, questionou. A Lei do Abuso de Autoridade entrou em vigor em janeiro deste ano.

Ainda conforme o diretor, Ozeias reagiu a prisão, foi alvejado e chegou a ser socorrido à Santa Casa, mas morreu. “Mais uma vez a eficiente Polícia Civil de Mato Grosso do Sul esclareceu mais um crime bárbaro", disse.

A operação para prender o bandido mobilizou inclusive policiais de folga, desde as 17h30, quando aconteceu o duplo homicídio no Bairro Itanhangá, região central de Campo Grande. Segundo apurado pela reportagem, quando as equipes localizaram o foragido, no Bairro Santa Emília, no sudoeste da cidade, houve confronto e ele acabou morto.

Movimentação no local onde os policiais foram mortos com tiro na nuca (Foto: Paulo Francis)
Movimentação no local onde os policiais foram mortos com tiro na nuca (Foto: Paulo Francis)

A operação envolveu policiais do Grupamento de Policiamento Aéreo da Polícia Militar, Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros ) e Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), onde os investigadores mortos eram lotados. Outras unidades também deram apoio, como o GOI (Grupo de Operações e Investigações).

Como foi? - Segundo Marcelo Vargas, a Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos ) investigava um roubo de joias na Rua Euclides da Cunha e chegou até William Dias Duarte Cormelato. Como ele já tinha em aberto mandado de prisão por violência doméstica, foi algemado para ir à delegacia prestar esclarecimentos.

Ozeias também era suspeito do roubo, mas sem mandado de prisão, acabou transportado apenas para averiguações. O que os policiais não sabiam é que ele entrou armado na viatura com revólver calibre 38.

Os dois homens eram transportados em veículo Fiat Mobi usado como viatura descaracterizada, quando tudo aconteceu. Os policiais foram mortos com tiro na nuca. William, testemunhou toda a situação e tentou fugir, mas foi recapturado, minutos depois, na mesma região. A Derf é uma das poucas delegacias que tem carceragem grande e por isso recebe muitos presos.

Os policiais - Foram mortos os investigadores de polícia judiciária Antônio Marcos Roque da Silva, 39 anos, e Jorge Silva dos Santos, 50 anos. Roque estava na polícia desde 2006 e Jorge, conhecido como Jorginho, era servidor público da segurança desde o ano de 2002.

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