Associação defende cemitério público para '20 anos' em Campo Grande
No meio de uma nova polêmica, a Aepaf/MS (Associação das Empresas de Pax e Funerárias de Mato Grosso do Sul), reativada nesta quarta-feira (9) depois de 13 anos, defendeu a criação de um novo cemitério público em Campo Grande. A informação contraria proposição de alguns parlamentares da Câmara Municipal, que defendem a criação de um crematório público.
“Não somos contra a criação de um crematório, mas acreditamos ser mais urgente um cemitério público, que atenderia melhor a população da Capital”, afirmou o consultor funerário Ilmo Candido, nomeado presidente da Aepaf, em encontro que reuniu representantes de 20 empresas do setor, nesta tarde em um edifício na avenida Afonso Pena.
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Segundo estimativa de Candido, o custo de um cemitério público ficaria entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões, porém poderia atender Campo Grande por cerca de 20 anos.
Um crematório público teria praticamente o mesmo custo, mas contaria com entraves para a implantação. “Em alguns casos a pessoa não pode ser cremada, como em um uma morte violente, que depende de autorização judicial. Além disso, o município não tem um IML (Instituto Médico Legal) adequado, o que dificultaria a emissão de autorizações para cremar”, explicou o consultor.
Candido ainda exemplifica, afirmando que só existe um crematório público no Brasil, em São Paulo (SP). Na capital paulista são entre 380 e 500 óbitos por dia, e mesmo assim o crematório não é usado todos os dias. Já na capital sul-mato-grossense são cerca de 350 mortes a cada 30 dias, o que poderia resultar em um crematório ocioso.
Apeaf - Após 13 anos, empresários do Estado reativaram a Aepaf/MS (Associação das Empresas de Pax e Funerárias de Mato Grosso do Sul), em encontro nesta tarde, que também aprovou o estatuto e a nova diretoria da entidade.
Ilmo Candido é o presidente, Joni Klei Florentino o vice-presidente, a secretária-geral é Jeice Martins Freitas, e o tesoureiro é Ronaldo Ângelo. A diretoria é provisória e tem mandato até o dia 9 de abril de 2014, quando a associação deve ser convertida em sindicato.
Compareceram na reunião representantes de empresas de Campo Grande, Três Lagoas, Corumbá, Sidrolândia e Aquidauana.
“Queremos diálogo com a sociedade e com as autoridades, esse é o ponto fundamental de nosso estatuto”, informou Candido.
Polêmica - A Câmara de Campo Grande adiou para a próxima terça-feira (8) votação do recurso contra o parecer da Comissão Permanente de Legislação, Justiça e Redação Final, que teve três votos contrários e dois favoráveis, ao Projeto de Lei n° 7.458/13, de autoria do vereador Eduardo Romero (PT do B), que autoriza a criação de crematórios públicos, fornos e incineradores em Campo Grande-MS. O recurso está previsto no art. 43 da Lei Orgânica do Município (LOM).
A comissão, por maioria, considerou “inconstitucional” o projeto, que foi sugerido por entidades da sociedade civil, como Associação dos Aposentados, Fórum do Meio Ambiente, Fórum da Cidadania, Cedampo e Abccon. Na última terça-feira, os vereadores Eduardo Romero, Elizeu Dionízio (PSL) e Grazielle Machado (PR) cobraram que fosse demonstrada a inconstitucionalidade, alegada por Edil Albuquerque e Paulo Pedra, ambos do PMDB.