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Capital

Barracos são destruídos em favela e famílias têm 48h para sair

Aline dos Santos e Mariana Lopes | 26/02/2013 12:00
Famílias têm prazo de 48 horas para saírem. (Foto: Pedro Peralta)
Famílias têm prazo de 48 horas para saírem. (Foto: Pedro Peralta)
Geiciane chora por barraco destruído. (Foto: Pedero Peralta)
Geiciane chora por barraco destruído. (Foto: Pedero Peralta)

Famílias da favela Portelinha do Segredo receberam ordem de despejo e barracos foram destruídos nesta terça-feira em Campo Grande. A ação foi realizada pela Emha (Agência Municipal de Habitação) e Semadur (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano). Os notificados hoje são os invasores da invasão.

De acordo com a assistente social da Emha, Maria Helena Bughi, as 130 famílias que ocupavam a área pública até dezembro de 2012 foram cadastradas e vão receber casas. Já as dez famílias que chegaram depois foram notificadas e têm prazo de 48 horas para saírem. Hoje, três barracos que estavam vazios foram destruídos.

Um deles pertence à diarista Geiciane da Silva Mota, de 22 anos. Ela conta que não tinha nada no barraco porque ainda estava sendo construído. “Estou há seis meses no barraco do meu irmão”, afirma. Grávida e com um filho de dois anos, a diarista relata que veio de Rio Verde para Campo Grande à procura de emprego. “Meu irmão vai conseguir casa. Mas a família é grande. Não posso morar com ele”, diz.

As famílias cadastradas em dezembro vão ser removidas para dois loteamentos: Gregório Corrêa e Ari Abussafi, que serão construídos no bairro Izabel Garden. A favela fica no prolongamento da avenida Ernesto Geisel. A área fica na região de intervenção do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento).

“O programa é rigoroso. Tem todo um planejamento. Se abrir inscrições para outras famílias, não vai dar conta de atender todo mundo”, explica a assistente social da Emha. A auxiliar de cozinha Ercília da Silva Barbosa, de 38 anos, conta que mudou para a favela em 15 de fevereiro e não sabia do cadastro.

“Morava no bairro Minas Gerais e não tinha mais condições de pagar o aluguel”, diz. Antes, residia em outra invasão, na Mata do Jacinto. Ela mora com o marido e filho. A renda mensal da família é de R$ 500. “Falaram que se não cumprir a notificação, vão acionar a Justiça”.

Já a diarista Marina do Amaral, de 29 anos, afirma que foi à Emha e recebeu promessa de que sua situação será resolvida. Já a líder da Portelinha, Marilúcia Oliveira Silva, de 34 anos, foi duramente questionada pelos outros moradores. Depois de bate-boca, ela disse que não tinha condições de fazer nada.

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