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Capital

Bebê haitiano abandonado há 1 ano em hospital busca família que o adote em MS

Menino foi deixado pelos pais na unidade quando tinha apenas três meses de vida, cheio de problemas de saúde

Karine Alencar | 04/06/2022 09:12
Bebê abandonado em hospital. (Foto: Unidade de Acolhimento de Campo Grande)
Bebê abandonado em hospital. (Foto: Unidade de Acolhimento de Campo Grande)

Bebê de apenas 1 ano e dois meses, filho de casal haitiano, foi abandonado no Hospital Universitário de Mato Grosso do Sul. Agora, a Justiça quer encontrar uma família para adotar o pequeno, com muito amor e dedicação.

Ele foi deixado ainda aos três meses, em julho do ano passado, durante uma intensa luta pela vida, e desde então, vem recebendo cuidados da equipe de cuidadores da Uai (Unidade de Acolhimento) de Campo Grande, que fica à disposição do menino dia e noite.

Ramona Dias Cristóvão, coordenadora da unidade, conta que os pais sempre iam até o Hospital Universitário para visitarem a criança, mas de uma hora para outra, eles se ausentaram e não foram mais encontrados, com isso, a criança acabou ficando sozinha no local, apenas com os profissionais que o cuidavam.

"Nossa equipe chegou a ir até a casa do casal, mas um vizinho falou que eles foram embora para o Chile e nunca mais conseguimos fazer contato. A gente até deixa um número de telefone no hospital para caso eles queiram saber como a criança está, mas até hoje, não recebemos ligações de nenhum familiar", relata Ramona.

Os pais da criança vieram para o Brasil em 2019, a mulher deu à luz no hospital da Capital e enfrentou muitas dificuldades durante o parto, por conta da gestação de risco, o que acabou ocasionando falta de oxigênio para o neném ao nascer e consequentemente, uma série de problemas de saúde.

O bebê tem encefalopatia, epilepsia, doença respiratória crônica, disfasia bronco-pulmonar e bronquiolite obliterante. Diante do quadro, ele começou a ter crises convulsivas e espasmos, com isso, precisou ser submetido à traqueostomia e também passar por gastrostomia.

Adoção - Até agora, apenas uma mulher se interessou em levá-lo para o ambiente familiar e adotá-lo. No entanto, os pais que colocaram o nome à disposição não possuíam condições necessárias para cuidar do menino, segundo Doemia Ignes Ceni, assistente social da Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Quem desejar adotar o bebê deve ir até a Vara da Infância, da Juventude e do Idoso e procurar o Núcleo de Adoção e lá, todas as exigências para acolher o menino e todo o histórico, serão repassados.

Vale lembrar que existe uma cobertura do SUS (Sistema Único de Saúde) para alguns procedimentos e medicações, de modo que a família consiga manter os cuidados ao longo da vida.

Doemia destaca que é preciso um olhar mais sensível para as crianças que aguardam por um lar e que muitas vezes, ficam de fora daquilo que é idealizado pelas pessoas que pensam em resgatar os pequeninos.

Doemia, assistente social da Coordenadoria da Infância e Juventude do TJ. (Foto: Kísie Ainoã)
Doemia, assistente social da Coordenadoria da Infância e Juventude do TJ. (Foto: Kísie Ainoã)

"Nós precisamos olhar para essas crianças e adolescentes, eles também têm o direto de crescer em família, nós também podemos apresentar doenças ao longo da vida, doenças muito sérias. Muitas vezes, eles ficam nas unidades de acolhimento e não são adotados. Quando são levadas para casa e recebem amor, elas tem uma mudança muito grande, a gente busca famílias para nossas crianças", enfatiza.

Segundo ela, as crianças que se enquadram no perfil de famílias que procuram os pequenos no SNA (Sistema Nacional de Adoção e de Acolhimento), são as saudáveis, de 3 anos e meninas. Enquanto isso, aqueles que possuem necessidades especiais, maiores de 5 e 6 anos e grupos de irmãos, ficam abandonados.

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