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Capital

Testagem para covid em comunidade indígena atrai vizinhos das famílias terena

Ônibus da Blitz Covid esteve hoje na comunidade terena do Jardim Inápolis; à tarde, equipe estará no Indubrasil

Silvia Frias e Bruna Marques | 11/08/2020 11:18
Atendimento foi prestado durante o período da manhã no Jardim Inápolis (Foto: Henrique Kawaminami)
Atendimento foi prestado durante o período da manhã no Jardim Inápolis (Foto: Henrique Kawaminami)

A chegada do ônibus da Blitz Covid na aldeia urbana localizada no Jardim Inápolis, em Campo Grande, atraiu moradores que não pertencem à comunidade formada por 68 famílias terena. Muitos, em busca do teste rápido para doença, mas tiveram expectativa frustrada pela triagem da coleta, voltada para casos suspeitos sintomáticos.

Além da testagem rápida, a equipe da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) prestou orientações, distribuiu máscaras e álcool em gel. A Vigilância de Saúde Ambiental levou 30 testes rápidos para atender a comunidade.

Moradora foi orientada sobre uso do álcool em gel (Foto: Henrique Kawaminami)
Moradora foi orientada sobre uso do álcool em gel (Foto: Henrique Kawaminami)

A coordenadora da Vigilância de Saúde Ambiental, Silvia Barbosa do Carmo, explica que não adianta fazer teste rápido para covid-19 sem apresentar sintomas há pelo menos sete dias. “Tem que seguir o protocolo, pode dar falso negativo ou falso positivo, esse convencimento da população é difícil”.

Silvia explica que o objetivo é percorrer todas as 18 aldeias urbanas em Campo Grande. Desde que o ônibus da Blitz Covid-19 começou a circular, sete foram visitadas.

A coordenadora diz que o objetivo principal é prestar informações para que as pessoas adotem os cuidados sanitários dentro e fora de casa. O trabalho na comunidade do Jardim Inápolis foi encerrado às 11h. À tarde, as equipes vão para as comunidades indígenas da Vila Entroncamento e da região do Indubrasil.

Esta manhã, a procura foi constante, mas não houve aglomeração. A maioria esperava fazer o teste rápido, mas teve a expectativa frustrada quando soube que seria necessário passar pela triagem.

Aferição de temperatura durante triagem (Foto: Henrique Kawaminami)
Aferição de temperatura durante triagem (Foto: Henrique Kawaminami)

Uma delas foi a dona de casa Juliana Moreira de Matos, 43 anos. Ela foi acompanhada do marido, Antônio, 52 anos, que está (ou deveria estar) no último dia de isolamento, após ter tido resultado positivo para a doença, no dia 3 de agosto. “Cheguei aqui, foi só orientação”, disse.

Embora seja contactante, Juliana não apresentou sintomas, mas, mesmo assim, teme pela saúde dela e das duas filhas (27 e 22 anos) e quatro netos  (11, 10, 4 e 2 anos) que moram na casa com eles. O marido sentiu dor de cabeça, teve febre e perdeu olfato e paladar, mas, agora, está melhor.

A divulgação da testagem rápida atraiu pessoas como Rayane Gregório, 19 anos, que não é da comunidade indígena, mas mora na região e trabalha como monitora de qualidade, em um curtume do bairro.

Juliana não foi selecionada para se submeter ao teste (Foto: Henrique Kawaminami)
Juliana não foi selecionada para se submeter ao teste (Foto: Henrique Kawaminami)

Ela resolveu procurar atendimento depois que o padrasto foi diagnosticado com covid-19 na semana passada e está internado há cinco dias. Sem apresentar sintomas, a jovem foi orientada a usar máscara, álcool em gel e continuar com as medidas preventivas, como distanciamento social. “Mesmo não tendo sintomas, eu posso ter alguma coisa, acho que deveriam fazer, a gente fica com medo”.

O cacique Ribeiro Barbino, 73 anos, também esperava testagem geral, mas, mesmo sem a abrangência esperada, avaliou como positivo o trabalho de orientação e distribuição de máscaras.

Barbino disse que entende a procura de pessoas de fora da comunidade e avalia que não há como impedir, até que porque muitas crianças terena brincam com as que não fazem parte da aldeia urbana. “Não tem como negar, tá sempre misturado aqui, é uma comunidade só”.

Movimentação esta manhã na comunidade indígena do Jardim Inápolis (Foto: Henrique Kawaminami)
Movimentação esta manhã na comunidade indígena do Jardim Inápolis (Foto: Henrique Kawaminami)


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