Tempo de TV é entrave, mas deputados federais ainda planejam reeleição pelo PSDB
Deputado Dagoberto Nogueira garantiu que decisão dependerá de articulações encabeçadas por Azambuja e Riedel
Mesmo diante de incertezas e dificuldades estruturais, o grupo de deputados federais do PSDB de Mato Grosso do Sul tende a permanecer na sigla para as eleições de 2026. A definição, porém, depende de articulações conduzidas pelo ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) e pelo atual governador Eduardo Riedel (PP), que buscam alinhar as estratégias locais com o cenário nacional da legenda.
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O principal obstáculo para a permanência do grupo, segundo o deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB), é o reduzido tempo de televisão para as próximas eleições , consequência da diminuição da bancada e do fim da federação com o Cidadania. Apesar disso, ele afirma perceber forte disposição dos colegas em permanecer no PSDB, confiando que novas alianças políticas possam fortalecer a legenda até o período eleitoral.
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“O problema é o tempo de televisão. O fundo partidário dá para garantir, mas o tempo é muito pouco. Vai aparecer só a nossa foto, não vamos poder nem falar”, disse o parlamentar. “Mesmo assim, percebo hoje uma disposição muito grande de todos em permanecer no PSDB, apostando que o partido até lá consiga fazer alguma federação.”
Dagoberto reforçou que as decisões do grupo seguem a orientação de Reinaldo Azambuja, que atualmente está filiado ao PL, e de Eduardo Riedel, que migrou para o PP. Segundo o deputado, a movimentação partidária de ambos tem o objetivo de preservar o equilíbrio político e garantir espaço para as chapas estadual e federal em Mato Grosso do Sul.
“Nós vamos seguir a orientação do Reinaldo e do Riedel, não adianta. O Reinaldo precisou ir para o PL, o Riedel para o PP. Isso é articulação para segurar os partidos e manter a calmaria”, explicou.
Na semana passada, Riedel e Reinaldo se reuniram com Marconi Perillo e Aécio Neves, em encontro que reforçou o compromisso da direção nacional em apoiar as candidaturas do PSDB sul-mato-grossense.
As conversas conduzidas pelo PSDB envolvem a formação de três chapas federais e quatro estaduais em Mato Grosso do Sul. As três federais devem ser compostas por PL, PP/União Brasil e PSDB, enquanto as estaduais incluirão PP, PL, PSDB e uma quarta que pode ser PSD ou Republicanos.
“É certo que vamos ter três chapas federais uma no PL, uma no PP com o União, e uma terceira que pode ser a do PSDB. E quatro estaduais, sendo uma do PSDB, porque temos muitos vereadores que querem disputar, mas não podem mudar de partido”, detalhou.
O deputado disse ainda que há propostas do PSD e do Republicanos para receber o grupo, oferecendo estrutura e apoio financeiro. Caso a decisão seja por deixar o PSDB, a migração será conjunta, preservando a atual composição da chapa.
“As duas opções que nós temos, além do PSDB, são o PSD e o Republicanos, que fizeram excelente proposta para ajudar os deputados e a chapa financeiramente. Se houver mudança, vamos migrar todos juntos”, garantiu Dagoberto.
Presidência indefinida - Outro ponto em aberto é a presidência estadual do PSDB, cuja renovação deve ocorrer até o fim do ano. Dagoberto confirmou que não pretende disputar o comando do partido, deixando a disputa restrita ao deputado federal Beto Pereira e ao deputado Geraldo Resende. “Eu já falei que não quero ser presidente. A disputa deve ficar entre o Beto e o Geraldo”, declarou.
Segundo ele, a decisão depende de uma reunião da Executiva Nacional do PSDB, marcada para esta semana, que discutirá o calendário das convenções e a possibilidade de prorrogação dos diretórios estaduais.
“Foi prorrogado o mandato da direção nacional. Eles vão decidir se haverá eleição nos diretórios estaduais. É um ano eleitoral, e ainda não sabemos como será feito”, disse.
Dagoberto destacou que o cenário nacional também influencia as decisões locais. Com nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ratinho Júnior (PSD) despontando no debate sobre candidaturas presidenciais, o PSDB aguarda para ver qual caminho seguirá.
“Nós vamos ter que aguardar uma decisão do Reinaldo, porque também estamos vendo como ficam as candidaturas à Presidência. O Tarcísio está em um partido, o Ratinho em outro. Temos que ver isso antes de decidir”, avaliou.


