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Capital

Cabo envolvido em sequestro e agressão tem prisão preventiva decretada

O caso é investigado pela Polícia Civil e também pela FAB, que abriu um processo administrativo para apurar o envolvimento do militar

Geisy Garnes | 14/12/2018 14:50

A justiça decretou nesta sexta-feira (14) a prisão preventiva do cabo da FAB (Força Aérea Brasileira), de 25 anos, envolvido no sequestro e agressão de um homem de 47 anos em Campo Grande. O militar, identificado como Gleziton Miranda dos Santos, confessou ter cometido o crime na tentativa de recuperar um carro alugado por ele para a vítima.

Em audiência de custódia nesta manhã, o juiz Alexandre Antunes da Silva converteu a prisão alegando que a gravidade do crime comprova que o militar representa risco a sociedade se mantido em liberdade. “Com efeito o fato imputado ao autuado foi praticado com violência e grave ameaça contra a pessoa e concurso de agentes, em situação que demonstra certa organização da prática criminosa e gravidade concreta da ação criminosa, denotando que o autuado é dotado de periculosidade, com personalidade inadequada para a vida em sociedade”.

O crime aconteceu na tarde de quarta-feira (12). Para a polícia, a vítima contou que há cerca de 20 dias alugou um Fiat Palio de Gleziton para começar a trabalhar como motorista de aplicativo, no entanto acabou entregando o veículo como garantia do pagamento de uma dívida com um agiota. Com o tempo, o cabo passou a cobrar o carro e só descobriu a situação dias depois, quando a vítima resolveu contar a verdade.

Na data do crime, o militar teria marcado um encontro com a vítima, alegando que emprestaria o dinheiro que faltava para ele quitar a dívida com o agiota e assim pegar o carro de volta, no entanto assim que o motorista chegou ao local - um posto de combustível da Avenida Afonso Pena - foi ameaçado de morte e obrigada a entrar em um Volkswagen Voyage, conduzido por Gleziton.

Dentro do veículo a vítima afirmou que foi agredida com soco e chutes, foi estrangulado com o cinto de segurança até desmaiar por duas vezes e ainda teve uma garrafa quebrada na cabeça. O caso chegou a polícia depois que o filho da vítima recebeu uma ligação avisando que o pai havia sido sequestrado. “Pegamos o seu pai. Já demos uma surra nele. Queremos o carro”.

Na chamada de vídeo feita pelo WhatsApp da vítima, os suspeitos pediam R$ 6,5 mil para liberá-la. O rapaz ainda viu que o pai estava ferido, ensanguentado e dentro de uma carro com os bancos de couro branco. As imagens foram repassadas a equipes do GOI (Grupo de Operações e Investigações) que iniciaram as buscas pela vítima. Foram quase cinco horas até que a vítima foi abandonada em frente a um hotel na região da antiga rodoviária.

Com as investigações, os policiais identificaram o suspeito e chegaram ao endereço do cabo. Ele foi preso uma hora depois, quando chegou em casa acompanhado de quatro pessoas em um Chevrolet Astra. Sem entregar os comparsas que o ajudaram no crime, ele assumiu o sequestro e detalhou que deu prazos para que o motorista devolvesse o carro, mas nenhum foi respeitado. Na delegacia ele também afirmou que a intenção era dar um susto na vítima, e não machucá-lo.

Ele ainda negou ter ameaçado a vítima de morte, ou ter ligado para a família dela. O caso é investigado pela Polícia Civil e também pela FAB, que abriu um processo administrativo para apurar o envolvimento do militar, que está sob custódia da Ala 5 da FAB, onde é lotado, a disposição da justiça.

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