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Capital

Capital tem déficit de 100 táxis e só no Natal 1,8 mil corridas não foram feitas

Luciana Brazil | 21/01/2014 09:01
No Aeroporto, os táxis já causaram até briga. (Foto: Cleber Gellio)
No Aeroporto, os táxis já causaram até briga. (Foto: Cleber Gellio)

Com déficit de pelo menos 100 táxis, Campo Grande tem hoje apenas 490 carros para atender a população de pouco mais de 800 mil habitantes. Só no Natal, 1.800 corridas deixaram de ser atendidas por causa fluxo de passageiros, segundo o presidente do Assotáxi (Associação dos Taxistas Auxiliares de Campo Grande), José Carlos Áquila.

Conforme Áquila, é previsto em decreto um táxi para cada mil habitantes. Porém, a cidade não comportaria os 800 táxis. “Seria inviável. Para Campo Grande seriam suficientes100 carros a mais, que evitariam o drama ocorrido no Natal”.

Além da demora no atendimento, muitos clientes ficaram sem ser atendidos. Para quem mora no bairro, a situação pode ser ainda pior. “Como o taxista paga por quilometragem, às vezes ele nem vai na corrida que é longe demais”, disse o taxista que preferiu se identificar apenas como Marcos, 42 anos.

Ele denuncia que no fim do ano os donos de taxis retiraram os carros da rua com medo dos acidentes de trânsito. “Eles têm medo do taxista bater o carro e param os veículos”.

“Meu carro quebrou e eu fiquei a pé. Teve um dia que esperei um táxi por quase 40 minutos”, disse a publicitária Lucia Sá.

Além da falta de carros que afeta diretamente a população, a categoria luta por uma série de benefícios, já previstos em lei, mas que até hoje ficaram apenas no papel, como muita coisa no país.

Monopólio: A classe denuncia que apenas meia dúzia de empresários monopoliza os alvarás de táxis na Capital.

Além da Constituição Federal já prever que toda concessão de serviço público, sendo o táxi um deles, seja precedida por licitação, o governo baixou em 1995, uma lei determinando prazo até 31 de dezembro de 2010 para que os municípios se adequassem às normas.

Até hoje, nada mudou. Sem direito para ter o alvará, e trabalhando em uma carga horária massiva, 24 horas dirigindo, os motoristas ganham pouco no fim do dia.

“Os táxis estão na mão de uma minoria. Eles ganham horrores de dinheiro e nós que trabalhamos o dia inteiro voltamos pra casa com quase nada. Além disso, tem o cansaço. Não consigo ir a uma festa de aniversário, reunião com a família, porque no dia seguinte estamos muito cansados, é sacrificante”, disse Osvaldo de Souza, 58 anos, há 23 trabalhando como motorista.

Outra luta diária, além dos alvarás, é o reconhecimento da profissão, regulamentada e sancionada em 2011.

Entre os direitos obtidos com a regulamentação, estão o piso salarial, ajustado entre sindicatos da categoria e carteira assinada. A lei também permite ao titular da autorização de taxista transferi-la a outro profissional do ramo.

Porém, por enquanto, a lei fica apenas no papel.

Audiência Pública: No último dia 17 aconteceria na Câmara Municipal de Vereadores uma audiência pública para debater questões como a regulamentação da profissão e a liberação dos alvarás.

Segundo o vereador Wanderlei Cabeludo (PMDB), um dos parlamentares à frente das reivindicações da categoria, a audiência será remarcada, mas ainda sem data prevista.

“Por causa do recesso da Câmara, muitos vereadores não poderiam comparecer. Além disso, tem a mudança na presidência da Agetran (Agência Municipal de Tranporte e Trânsito)", alegou.

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