ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Capital

Capital tem local para entulho, mas empresas fazem descarte irregular

Prefeitura deveria exigir que grandes gerados de lixo de construção, explica gerente de aterro

Anahi Zurutuza | 23/12/2016 18:57
Espaço preparado para o descarte de entulho (Foto: CGEA/Divulgação)
Espaço preparado para o descarte de entulho (Foto: CGEA/Divulgação)
Entrada do aterro (Foto: CGEA/Arquivo)
Entrada do aterro (Foto: CGEA/Arquivo)

As grandes empreiteiras que atuam em Campo Grande fazem o descarte irregular dos restos de construção. É fácil fazer a afirmação quando a Capital tem apenas um aterro para entulhos regular, que é particular e só tem quatro clientes.

De acordo com o gerente da CGEA Tratamento de Resíduos, Ivan Garcia de Oliveira, o depósito existe desde 2012, na saída para Rochedo – a cerca de 20 km do centro da cidade, logo após o Conjunto José Abrão – e é o único da cidade com licença ambiental para operar por atender a todas as exigências contidas no Plano Nacional de Gestão de Resíduos Sólidos e preconizadas pelo Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente).

“Fizemos todas as adequações no solo, cortina vegetal, todo o material que chega é espalhado e depois separado”, explica Ivan.

A lei federal 4.864, de 2010, prevê regras para a destinação dos resíduos da construção civil em, em resumo, exige que os grandes geradores se responsabilizem pelo transporte e descarte do material. “Não é o que acontece em Campo Grande. O correto seria a prefeitura exigir que a empresa informasse o local de descarte antes de liberar o alvará para a construção”.

Além de não cobrar dos geradores, o Executivo municipal também mantinha uma alternativa irregular para o descarte. Para se ter a dimensão do problema, de janeiro de 2012 a setembro deste ano, a administração municipal emitiu 13.644 alvarás de construção em Campo Grande. A maior parte destas obras, portanto, gerou lixo que foi descartado no aterro do Jardim Noroeste – no leste da Capital – e que funcionava de forma irregular.

No aterro privado, a CGEA cobra de R$ 20 a R$ 30 por tonelada de entulho descartada, que chega ao local transportada por caçambas. Madeira, ferro, vidro são separado e o restante do material (tijolos, telhas, restos de pisos) é triturado e enviado para a reciclagem.

Caminhões-caçambas estacionados em frente à Câmara durante protesto nesta semana (Foto: Fernando Antunes)
Caminhões-caçambas estacionados em frente à Câmara durante protesto nesta semana (Foto: Fernando Antunes)

Caçambeiros – Desde que o aterro de entulho do Noroeste foi interditado por ordem da Justiça no dia 15 deste mês, justamente por ser local insalubre e gerar problemas para a saúde pública e sociais, caçambeiros protestam pelas ruas da Capital. Os donos de empresas que alugam os depósitos provisórios não têm onde descartar os resíduos coletados e estima-se que cerca de 4 mil caçambas cheias de entulho estejam espalhadas pela cidade ou no pátio das empresas.

SERVIÇO - O contato com a CGEA pode ser feito pelos telefones 98404-5874 ou 99134-4754.

Nos siga no Google Notícias