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Capital

Chapa derrotada critica administração do Sindicato dos Bancários da Capital

Fabiano Arruda | 05/08/2011 18:19
Luiz Alexandre diz que comissão eleitoral do sindicato descumpre estatuto da entidade. (Foto: Fernando Dias)
Luiz Alexandre diz que comissão eleitoral do sindicato descumpre estatuto da entidade. (Foto: Fernando Dias)

Representante da chapa derrotada na eleição do Sindicato dos Bancários de Campo Grande em março, Luiz Alexandre Marcondes Monteiro, fez críticas, nesta sexta-feira, à forma em que a entidade é conduzida.

Por conta de uma briga judicial, a nova diretoria, encabeçada por Iaci Azamor Torres, não pôde tomar posse e a comissão eleitoral, conforme prevê o estatuto, assumiu a direção do sindicato até que haja decisão da Justiça do Trabalho sobre o caso.

A presidência da comissão é ocupada por José dos Santos Coqueiro, que é da chapa que venceu a eleição. É neste ponto que Luiz Alexandre Monteiro baseia sua crítica. Para ele, a comissão conduz de forma parcial a administração do sindicato com decisões que beneficiam o grupo vencedor.

“A presidência da comissão eleitoral deveria ser ocupada por alguém neutro. A comissão administrativa acredita que é a chapa 2 (encabeçada por Iaci) e eles não estão na gestão do sindicato para o grupo que venceu a eleição, mas sim para a categoria”, explica Luiz, que integra o Sindicato na Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Outro pronto, criticado por ele e que foi motivo da ação ingressada pelo ex-presidente da entidade, José Aparecido Clementino Pereira, é a filiação de 88 bancários no mês de agosto do ano passado, justamente seis meses antes do pleito, ocorrido em março. O prazo é exigência, pelo estatuto, para que o filiado esteja apto a votar.

Luiz questiona a filiação em massa e acredita ter sido uma manobra na eleição. “Geralmente o sindicato tem 10 filiações por mês. Isto é a questão mais grave, tanto que eles (chapa 2) não conseguiram provar que não há a irregularidade nas filiações. Até por isto a liminar não caiu”, comenta, afirmando que a chapa liderada por Clementino defende a anulação da eleição.

Sobre a campanha salarial que começa no mês que vem, Luiz acredita que a decisão judicial ainda vai se arrastar por meses e, com isto, a categoria dos bancários ficará enfraquecida nas negociações sem ter a diretoria do sindicato empossada.

“Não questionamos a decisão do juiz, que está correta na nossa avaliação. A questão é a forma parcial como a administração é conduzida. A negociação salarial já está comprometida. A comissão tem atuado e ferido o estatuto e, caso continuemos descontentes, vamos recorrer com novas ações para tirar a comissão eleitoral do sindicato”, ameaça.

Luiz ainda coloca sob suspeita uma verba, que estaria prevista no estatuto, para ser aplicada especificamente em épocas de negociação salarial. “Não sabemos se esta verba está sendo aplicada”.

Segundo minuta aprovada em encontro realizado em Dourados, a categoria quer 5% de aumento real, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) equivalente a três salários mais R$ 4,5 mil fixos, piso da categoria igual ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.293,31), combate às metas abusivas e ao assédio moral.

Outro lado - Procurado, Coqueiro rebateu as acusações. Disse que o estatuto foi mudado na gestão do ex-presidente e que, por isto, não há motivo “para reclamar”.

Do trio que forma a comissão eleitoral, segundo o estatuto, um indicado sai de uma chapa da eleição e outro da chapa adversária. O terceiro sai de assembleia do conselho diretivo.

Ocorre que na última eleição dois integrantes são da chapa 2, o que é motivo de reclamação do grupo que perdeu o pleito. “O integrante deles (Rubylam Lima, da chapa de José Clementino) se recusa a participar das discussões”, argumenta.

Em relação às filiações, Coqueiro diz que todas foram feitas corretamente. “Tanto que as fichas de filiações foram enviadas aos departamentos de recursos humanos dos bancos, que faz o desconto dos filiados na folha de pagamento”, explica. “Todo o processo eleitoral foi acompanhado pelo Ministério Público do Trabalho”, complementou, defendendo a lisura do processo.

Entenda - A eleição para a diretoria do Sindicato dos Bancários ocorreu em março. A posse do grupo eleito estava prevista para 24 de maio, mas não ocorreu por conta da liminar na Justiça do Trabalho.

O sindicato dos Bancários de Campo Grande tem orçamento anual que gira em torno de R$ 1 milhão e 2,6 mil filiados na base. A entidade da Capital representa 27 cidades da região. Além da Capital, existem sindicatos em Dourados, em Naviraí, Corumbá, Três Lagoas e Ponta Porã.

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