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Capital

Chuva rápida alaga casas e deixa moradores da Nha-Nhá desesperados

Elverson Cardozo | 11/04/2012 16:32

Revoltados, moradores prometem nova manifestação para chamar a atenção do poder público

Água da chuva chegou a 1,3 metro, segundo o Corpo de Bombeiros. (Foto: João Garrigó)
Água da chuva chegou a 1,3 metro, segundo o Corpo de Bombeiros. (Foto: João Garrigó)

A chuva que caiu na tarde desta quarta-feira (11) durou pouco mais de duas horas, mas foi o suficiente para alagar casas, destruir móveis e deixar os moradores da Vila Nha-Nhá desesperados.

Na rua Sol Nascente, bueiros entupidos e muito lixo. Moradora do bairro há pouco mais de um ano, a manicure Roseli Martinez, de 27 anos, teve de deixar a casa - com os filhos de 3 e 10 anos - às pressas. A residência, que tem 5 cômodos, ficou completamente alagada.

A água, segundo o Corpo de Bombeiros, chegou a quase 1,3 metro. “Em questão de 10 minutos eu estava com minhas coisas e agora não tenho mais nada. Nem minhas roupas para vestir”, declarou.

A geladeira foi parar na lavanderia e a máquina de lavar roupas, na sala. A manicure conta que não há como evitar a enxurrada e reclama da falta de estrutura no bairro e atenção do poder público.

Moradores tentam salvar móveis. (Foto: João Garrigó)
Moradores tentam salvar móveis. (Foto: João Garrigó)
Bueiros estouraram na rua Sol Nascente. (Foto: João Garrigó)
Bueiros estouraram na rua Sol Nascente. (Foto: João Garrigó)

“A Nha-Nhá só é lembrada quando acontece algum assassinato ou alguém é preso por tráfico de drogas”, critica.

Segundo moradores, a situação é recorrente. Maria de Lourdes saiu mais cedo do serviço para chegar a tempo de, pelo menos, salvar alguns dos móveis. É a segunda vez que têm a casa alagada.

Alguns moradores tiveram de deixar casas às pressas. (Foto: João Garrigo)
Alguns moradores tiveram de deixar casas às pressas. (Foto: João Garrigo)

Na hora da chuva, estava na companhia do filho mais velho e do neto. Conta que os móveis ficaram “boiando“. “A gente fica apavorada tentando erguer as coisas”, relata.

Maria de Lourdes afirma que os moradores pretendem fazer nova manifestação para chamar a atenção das autoridades. Na primeira, conta, a população fechou a avenida Ernesto Geisel.

Segundo a dona de casa, o problema dos alagamentos começou a cerca de dois anos. A água desce em uma velocidade muito grande e não dá tempo para fazer muita coisa.

Grávida de 8 meses e com o outro filho de 2 anos no colo, Natália Murer, de 18 anos, não teve a mesma sorte. Só deu tempo de sair correndo da casa alugada e, ainda assim, se machucou. “Eu cai e agora estou sentido cólica”, disse. “Não tenho colchão nem para dormir hoje”, afirmou.

“A gente fica apavorada tentando erguer as coisas”. (Foto: João Garrigó)
“A gente fica apavorada tentando erguer as coisas”. (Foto: João Garrigó)

Na casa ao lado a de Roseli, Wanderlei Rodrigues, de 44 anos, contabilizava os prejuízos. Não é a primeira vez que tem que deixar o imóvel às pressas. Como é cadeirante, a dificuldade é ainda maior.

Hoje, por exemplo, quando percebeu que iria chover, foi à casa de um amigo. “Eu assisto televisão e quando vejo que o negócio vai ficar feio eu saio de casa”, disse.

Pelo menos 6 casas da rua Sol Nascente ficaram alagadas. O Corpo de Bombeiros foi acionado e já havia iniciado os trabalhos para escoar a água.

Segundo o meteorologista Natálio Abrão, da estação Uniderp/Anhanguera, a chuva desta tarde começou às 1h30 e terminou às 15h10.

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