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Capital

Clientes acusam marceneiro de golpe que pode chegar a R$ 500 mil na Capital

Pelo menos três ações correm na Justiça contra a Marcenaria Norte Sul e há um boletim de ocorrência registrado

Lucia Morel | 24/03/2022 17:19
Parte de móvel entregue a cliente que acionou a Justiça contra marceneiro. (Foto: Reprodução processo)
Parte de móvel entregue a cliente que acionou a Justiça contra marceneiro. (Foto: Reprodução processo)

Marceneiro de 26 anos é acusado por clientes de ter aplicado golpe e deixado dezenas de entregas sem fazer desde o ano passado em Campo Grande. Ele teria “sumido” e recebido pelo menos R$ 500 mil em pagamentos, segundo uma das vítimas que, sem querer se identificar, procurou a polícia e afirmou que mais pessoas lesadas estavam fazendo o mesmo.

Pelo menos três ações correm na Justiça de Mato Grosso do Sul contra a Marcenaria Norte Sul, de Eduardo de Carvalho Pereira, que é representado em um dos processos, pela advogada Renata Pimentel. Há ainda um boletim de ocorrência registrado esta semana contra ele.

Os quatro casos, juntos, somam R$ 203,3 mil em serviços parcialmente pagos, mas não entregues. O mais caro é de R$ 76,3 mil, cujo valor já pago chega a R$ 43,5 mil. A vítima registrou boletim de ocorrência por estelionato, alegando que o contrato foi fechado com Eduardo em agosto do ano passado, para entrega em janeiro deste ano.

Os móveis planejados eram para a nova casa da vítima e de sua esposa, e inclusive, houve atraso na obra com plano de que a instalação dos produtos fosse feita em 14 de março último. No entanto, Eduardo não compareceu na data devida.

Assim, o casal tentou contato com o marceneiro, sem sucesso e então, foram até loja de madeiras onde ele compraria material. Lá, souberam que “o autor estava complicado e que não estaria conseguindo cumprir os contratos”.

Mais tarde, Eduardo entrou em contato com a esposa da vítima e que foi orientado a sair de Campo Grande, indo para São Paulo, porque havia sido ameaçado de morte, mas que teria interesse em ressarcir a vítima, desde que em “forma parcelada e que as parcelas não sejam altas”, cita o boletim de ocorrência.

Ações – a primeira ação a que o Campo Grande News teve acesso é de outubro do ano passado em que cliente da marcenaria contratou serviços em 4 de junho de 2021 no valor de R$ 71 mil para móveis para sua loja, que seria inaugurada. O prazo em contrato era pra entrega no fim daquele mês, o que não ocorreu.

A entrega e instalação dos móveis aconteceu apenas em setembro de 2021, atrasando a inauguração da loja e causando transtornos para a então cliente. A vítima pede indenização por dano moral de R$ 15 mil e multa contratual a ser arbitrada. Já houve duas audiências com tentativa de conciliação, mas não ocorreu acordo.

No processo, a defesa de Eduardo alega que “a própria Requerente causou vários imbróglios, os quais prejudicaram a entrega dentro do prazo estabelecido”, com pedidos frequentes de mudança no projeto e ainda, falta de material junto a fornecedores da marcenaria.

Em processo de janeiro, o denunciante fechou contrato de R$ 50 mil e pagou R$ 38 mil antes de qualquer entrega dos móveis, que estava prevista para novembro. No entanto, até janeiro, nem 10% havia sido entregue. “Após a formalização do contrato, o réu compareceu até a residência da parte Requerente e realizou a montagem de alguns móveis, todavia não conseguiu entregar nenhum móvel completo”.

A casa, que havia sido comprada recentemente, precisava dos móveis para receber a mudança, sendo que até hoje, o local permanece com objetos, utensílios, roupas e equipamentos elétricos sem local adequado.

Já a terceira ação, é de empresa fornecedora de madeira que cobrava R$ 6 mil não pagos por Eduardo. Com juros, a dívida chegou a R$ 16 mil e foi fechado acordo entre as partes para pagamento de R$ 2 mil em fevereiro deste ano e mais 24 parcelas de R$ 593,92.

A reportagem entrou em contato com a marcenaria e com Eduardo, mas o telefone disponível não recebe ligações. Em contato com a advogada dele, a informação é de que ela retornaria para conversar com o Campo Grande News, mas até o fechamento deste material não houve retorno.

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