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Capital

Com 37 feminicídios, grupo cobra criação de Procuradoria da Mulher

Movimentos protestam após novembro se tornar o mês mais violento da década, com seis mortes de mulheres em MS

Por Viviane Oliveira e Fernanda Palheta | 25/11/2025 11:18


RESUMO

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Coletivos de mulheres realizaram ato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para apresentar dossiê sobre violência de gênero e cobrar a criação da Procuradoria Especial da Mulher. A manifestação ocorreu durante o mês mais violento da década no Estado, que registrou seis feminicídios em novembro. Os manifestantes fixaram 37 cruzes em frente ao prédio, representando as mulheres assassinadas em 2023, número superior ao total de 2022. O deputado Pedro Kemp (PT) comprometeu-se a apresentar projeto de resolução para criar a procuradoria ainda este ano, com previsão de início das atividades em 2026.

Coletivos de mulheres realizaram, nesta terça-feira (25), ato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para apresentar dossiê sobre violência de gênero e cobrar a criação da Procuradoria Especial da Mulher. A mobilização ocorre em meio ao mês mais violento da década no Estado, que já contabiliza seis feminicídios apenas em novembro e marcou a apresentação pública de dados atualizados sobre a violência contra mulheres no Estado.

As ativistas fixaram 37 cruzes em frente ao prédio da Casa de Leis, simbolizando cada uma das mulheres assassinadas desde janeiro, número que já supera todo o ano passado, quando 35 vítimas foram contabilizadas. O ato coincide com o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher e a ação faz parte dos 25 dias de mobilização pelo fim da violência contra a mulher.

Participaram da mobilização o Movimento de Mulheres Olga Benário, Associação Elas Podem, Coletivo Ana Montenegro, Católicas pelo Direito de Decidir e o Coletivo TransPOR. Os grupos entregaram aos deputados um dossiê com dados atualizados da violência de gênero e uma série de reivindicações.

Durante a sessão, cerca de dez participantes levantaram cartazes e entoaram palavras de ordem: “Quantas mais têm que morrer para o Estado atuar?” e “Mulheres juntas fazem a diferença. Lutamos por justiça.” Entre as principais demandas está a criação da Procuradoria Especial da Mulher na Assembleia. O deputado Pedro Kemp (PT) foi um dos parlamentares que receberam o grupo e assumiu compromisso de articular a apresentação de um projeto de resolução ainda este ano.

Com 37 feminicídios, grupo cobra criação de Procuradoria da Mulher
Mulheres participam de manifestação na Assembleia nesta manhã (Foto: Fernanda Palheta)

Kemp afirmou que vai mobilizar a Mesa Diretora para que a proposta seja votada e aprovada antes do recesso. A ideia é encerrar 2025 com a procuradoria formalizada e iniciar 2026 com as primeiras ações estruturadas. “É o mês mais violento da década”, diz movimento.

Paola Silvestrini, vice-presidente da Associação Elas Podem, destacou que a mobilização integra os “21 dias de ativismo” pelo fim da violência contra mulheres e meninas. Segundo ela, o cenário exige respostas imediatas do Estado. “Estamos ultrapassando dados de outros anos. Só em novembro tivemos seis mortes por feminicídio. É o mês mais violento da década em Mato Grosso do Sul”, afirmou.

Paola reforçou que, além da Procuradoria, o dossiê apresenta outras reivindicações, como maior fiscalização da rede de proteção às mulheres e fortalecimento das políticas públicas. Ela defende que a atual Subsecretaria de Políticas para Mulheres seja elevada ao status de secretaria, com mais autonomia e orçamento. “As medidas protetivas já não dão conta sozinhas. Precisamos discutir novas estratégias legais e eficazes. É um problema sistêmico, que exige atuação firme dos nossos representantes”, concluiu.

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