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Capital

Com 99% reprovados, MS descarta anular concurso de professores

Governo não vê problema no edital e diz que bons salários exigem qualidade da mão de obra.

Silvia Frias e Guilherme Henri | 30/01/2019 18:09
Candidatos reclamaram do tamanho da letra das provas e do tempo para realização (Foto: Guilherme Henri)
Candidatos reclamaram do tamanho da letra das provas e do tempo para realização (Foto: Guilherme Henri)

O governo de Mato Grosso do Sul não cogita anular a prova para professores da rede estadual, alvo de protesto dos candidatos reprovados. Segundo informações apuradas pelo Campo Grande News, a preocupação da administração é preencher as 927 vagas restantes.

O edital do concurso foi elaborado com a participação de várias entidades, inclusive ligadas aos professores, como a Fetems (federação estadual). A administração estadual avalia que o "alto salário" - MS paga a segunda melhor remuneração do país - atrai gente de todo o Brasil e que, as vezes, não conhece a realidade local.

Neste sentido, o governo diz nao abrir mão dos critérios adotados pelo concurso e que, "diante do bom salário", exige qualidade da mão de obra que emprega no ensino de Mato Grosso do Sul.

O concurso ofertou mil vagas. De total de 14.370 inscritos, 73 passaram. A prova foi aplicada em 16 de dezembro do ano passado. Em Física, por exemplo, ninguém foi aprovado.

A reportagem do Campo Grande News apurou que o governo avalia que não há erros a serem reparados no edital do concurso e que seguirá os trâmites previstos. O candidato poderá interpor recurso até amanhã.

Os candidatos reclamam da formatação da prova, com letras pequenas e folhas soltas, dificultando a compreensão das questões. Além disso, criticam o tempo de prova para número de questões: 80 para 4 horas.

O pequeno grupo de reprovado que fizer protesto em frente à SAD (Secretaria Estadual de Administração e Desburocratização) ficou dividido na reivindicação, entre anulação da prova ou redução da nota de corte.

Algumas das críticas podem não ter fundamento, baseado no histórico de outros concursos já realizados no País. A nota de corte, conforme apurado pelo Campo Grande News é fator subjetivo, sendo mais utilizado para que o candidato tenha noção da classificação mínima necessária para alcançar a média prevista na prova.

Essa nota tem cálculo que leva em conta o peso de cada matéria e a cidade escolhida pelo candidato.

A exigência de acerto mínimo de 60% dos pontos estabelecidos para cada matéria também aparece em vários outros concursos sob responsabilidade da Funrio (Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência à Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro), como no concurso para Polícia Militar de Goiás.

Outro exemplo é do concurso de procurador da Assembleia Legislativa de Tocantis, em 2016, em que foram eliminados os que obtiveram pontuação inferior a dez no somatório da prova discursiva.

O tempo de prova, alvo de crítica geral, está dentro da média de outros concursos realizados pela Funrio.

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