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Com 14 mil inscritos e só 73 aprovados, concurso de professor vira polêmica

Reclamações incluem tempo para prova, qualidade da impressão e questões anuladas

Aline dos Santos | 30/01/2019 11:23
Questões citavam parágrafos, mas texto da prova estava em bloco.
Questões citavam parágrafos, mas texto da prova estava em bloco.

A divulgação do resultado da primeira fase do concurso para professor da rede estadual de ensino trouxe um número de impressionar: mais de 99% reprovados. De um total de 14.370 inscritos, só 73 passaram. A prova foi aplicada em 16 de dezembro do ano passado e o concurso ofertou mil vagas. Em Física, por exemplo, nenhum candidato foi aprovado.

Para quem participou, a quarta-feira (dia 30) é de reclamações e denúncias à Ouvidoria da SAD (Secretaria Estadual de Administração e Desburocratização) e do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

Inscrito para a prova de Física, que não teve nenhum aprovado, um candidato, que pediu para não ter o nome divulgado, reclama do pouco tempo, foram quatro horas para resolver 80 questões e da impressão da prova, com textos sem parágrafos.

Professor em Iguatemi, Marcos da Silva Ferreira conta que fez denúncias à SAD e ao Ministério Público. Segundo ele, na última quarta-feira (dia 23) à tarde a área do candidato, no site da Funrio (Fundação de Apoio, Pesquisa e Assistência do Rio de Janeiro), mostrou que seu recurso para a questão 18 da prova de Conhecimentos Pedagógicos tinha sido indeferido. Hoje, o resultado é recurso aceito e questão anulada.

Para o candidato, questões foram anuladas para aumentar o número de aprovados. O cronograma previa que o resultado divulgado hoje seria publicado na última sexta-feira (dia 25). Cada prova é individualizada e o gabarito disponível a cada candidato. “Mas o gabarito tinha que ser divulgado para todo mundo”, afirma Marcos.

Ainda de acordo com ele, as questões da prova de Conhecimentos Pedagógicos não obedecem as questões aplicadas em outros concursos da Funrio. Marcos também questiona a qualidade de impressão da prova.

“A fonte era pequena, comprometendo a leitura e levava muito tempo para conseguir procurar as informações naquele texto sem parágrafo e sem espaçamento. Agora, no gabarito oficial, corrigiram isso. As questões aparecem com parágrafo e espaçamento”, diz.

A taxa de inscrição para o concurso público de provas e títulos, edital 01/2018, foi de R$ 216,16. Aplicada em Campo Grande e Dourados, a prova escrita objetiva tinha três divisões: Língua Portuguesa (15 pontos), Conhecimentos Pedagógicos e Metodológicos (25 pontos) e Conhecimentos Específicos (40 pontos).

Conforme o edital, seria considerado aprovado o candidato que obtivesse no mínimo 60% dos pontos estabelecidos para cada matéria. Desta forma, para ser aprovado, teria que fazer, ao menos, 9 pontos em Português, 15 pontos em Conhecimentos Pedagógicos e 24 pontos em Conhecimentos Específicos.

O candidato poderá interpor recurso em razão de erro na somatória da respectiva pontuação na prova escrita ou por omissão de nome no edital. O período para recursos vai de hoje (30 de janeiro) às 17h de amanhã.

Conforme o governo, o adiamento da divulgação do resultado da primeira fase, previsto para dia 25, foi devido ao número elevado de recursos, que exigiu análise mais criteriosa das solicitações.

O sistema de segurança utilizado pela Funrio aplica provas diferenciadas conforme o quantitativo de candidatos por sala. A metodologia, somada ao número de inscritos, e as provas aplicadas para 12 áreas específicas, contabilizou 650 gabaritos diferentes.

Sobre a anulação de questões e qualidade da impressão da prova, o Campo Grande News fez contato com a SAD, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.

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