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Capital

Com apenas 31 anos e cheio de amor, covid matou Rafael no Dia dos Namorados

Para a família, ele era o melhor irmão, o melhor filho, o melhor pai e o melhor marido

Lucia Morel | 14/06/2021 16:25
Rafael com a esposa e os filhos. (Foto: Arquivo pessoal)
Rafael com a esposa e os filhos. (Foto: Arquivo pessoal)

O melhor irmão, o melhor filho, o melhor pai e o melhor marido. Esse é o adjetivo que dão a Rafael Chester Almirão Nasralla, 31 anos, que no último sábado acabou não resistindo à covid-19. Na lembrança, só coisas boas e a intensidade com que gostava de viver a vida.

Mãe dele, a psicóloga Raquel Icassati Almirão, 49 anos, ainda abalada, relembra momentos antes do filho ser intubado, em que ela tentou alegrá-lo com fotos dos filhos dele. “Meus nenéns”, exclamou, mesmo com dores e dificuldades em respirar. “O ar que ele respirava eram os filhos”, disse Raquel.

Viúva, a também psicóloga Camila Maidana, 30 anos, reforça o amor incondicional e enfatiza que o que fica dele, é o exemplo de homem bom. “Eu acho que todos os homens deveriam ser como ele”, sustentou, reforçando que está sendo complicado explicar a situação às crianças, que têm 2 e 5 anos de idade.

Os filhos era o ar que Rafael respirava. (Foto: Arquivo pessoal)
Os filhos era o ar que Rafael respirava. (Foto: Arquivo pessoal)

Rafael era engenheiro, começou a sentir os primeiros sintomas da covid no final de maio e buscou ajuda médica. Ele e a família se isolaram em casa e começaram a tomar medicações receitadas.

Na semana seguinte, no entanto, ele apresentou piora e voltou ao hospital, de onde saiu com uma lista de remédios mais fortes para tomar. Na quinta-feira, 3 de junho, ele sentiu certa melhora e todos ficaram mais aliviados, mas na sexta o quadro novamente piorou e não houve saída a não ser a internação.

Sexta à noite foi a última vez que Raquel falou com o filho, intubado no dia seguinte. Segundo a esposa, ele tinha muito medo de ficar internado e principalmente, de ficar longe dos filhos.

Rafael com a mãe. (Foto: Arquivo pessoal)
Rafael com a mãe. (Foto: Arquivo pessoal)

Apesar da perda repentina e da distância, tanto mãe quanto esposa de Rafael são apenas gratidão por tudo que ele foi. Uma amiga dele, ontem no enterro, chamou atenção, segundo Raquel, para a forma intensa como ele vivia a vida. “Sempre apressado, né tia?”, disse essa amiga.

Para Camila, toda essa tribulação também ensina e uma mensagem que ela deixa é a de viver o hoje, amar hoje e ser o melhor que se puder hoje, “porque era o que ele era, o melhor”, sentencia.

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