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Capital

Com cinco mortes em quatro dias, PM diz que ‘ação visa cessar agressão’

Luana Rodrigues | 28/12/2015 11:55
Marca de bala em veículo de jovem que passava por local de confronto. (Foto: Fernando Antunes)
Marca de bala em veículo de jovem que passava por local de confronto. (Foto: Fernando Antunes)

Em quatro dias, cinco pessoas foram mortas em confrontos com a Polícia Militar, em Campo Grande, sendo quatro apontadas como criminosos e uma delas um jovem que apenas passava pelo local do confronto. Segundo a corporação, todos os casos são investigados, mas, via de regra, as ações policiais nunca visam a morte de qualquer envolvido na situação.

Conforme a assessoria de imprensa da Polícia Militar, quando há confronto, a ação policial tem como objetivo cessar a agressão, e nunca a morte de suspeitos ou qualquer outro envolvido. "O óbito poderá, infelizmente, ser uma consequência desta ação", justifica a fonte oficial da PM.

Ainda segundo a assessoria, em quaisquer situações em que há óbito, é instaurado um IPM (Inquérito Policial Militar), que apura todas as ações dos policiais e suas circunstâncias. Caso haja alguma irregularidade, o policial é punido. Além disso, o IPM é sempre encaminhado ao Poder Judiciário.

Com relação aos policiais envolvidos em tiroteios que têm como consequência a morte de inocentes, a assessoria explica que "existe uma portaria que regula o afastamento/tratamento psicológico do policial militar envolvido em tais ações de confronto, isso conforme cada caso". Nos últimos registros, nenhum dos oito policiais envolvidos, direta ou indiretamente, foi afastado das funções.

O Campo Grande News tentou falar com o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Silvio Maluf, e com o comandante da Polícia Militar, Deusdete Oliveira, para comentarem os confrontos recentes envolvendo PMs, mas foi informado que ambos estão em recesso de fim de ano e, portanto, não falariam a respeito.

O assalto ocorreu em frente a conveniência Festas e Cia. (Foto: Fernando Antunes)
O assalto ocorreu em frente a conveniência Festas e Cia. (Foto: Fernando Antunes)
A suspeita é de que o carro seria levado para o Paraguai. (Foto: divulgação/PM)
A suspeita é de que o carro seria levado para o Paraguai. (Foto: divulgação/PM)
As armas foram apreendidas com a dupla. (Foto: divulgação/PM)
As armas foram apreendidas com a dupla. (Foto: divulgação/PM)

Mortes - Na noite do dia 24, ao tentar evitar um assalto, o policial militar Flávio Luiz Galioto, 33 anos, atirou e matou Fernando Trindade Gonçalves, 30 anos, em frente a conveniência Festas e Cia, na Avenida Coronel Antonino. Durante os disparos, uma bala perdida atingiu Wendell Lucas dos Santos, 23 anos, que passava pelo local de carro.

Ele foi baleado na nuca chegou a ser socorrido, mas morreu na Santa Casa. Conforme o delegado Nilton Pires Zalla, que atendeu a ocorrência, o bandido trocou tiros com o policial, porém o que tudo indica que o projetil que atingiu Wendel partiu da arma do PM.

No mesmo dia, Rafael Vicente Canto, 22 anos, morreu baleado depois de lutar com três PMs. O rapaz estava com uma faca na mão, ameaçando moradores da Rua Dulcimar Martins Galvão, no Bairro Bom Retiro. A Polícia Militar foi chamada, Rafael partiu com uma faca para cima dos PMs e acabou morto com tiro no tórax.

O rapaz era usuário de drogas e provavelmente estava sob efeito químico. O pai dele relatou a polícia que o filho costumava praticar roubos e tinha envolvimentos em outros crimes. Rafael estava com uma mandado de prisão em aberto.

Já hoje pela manhã(28), dois bandidos foram mortos, durante confronto também com policiais do Batalhão de Choque. Eles tentavam fugir com um veículo Fiat Estrada, de cor vermelha, roubado de uma idosa de 69 anos. O confronto ocorreu entre ao Lixão do bairro Dom Antônio e o Presídio Federal, na saída para Sidrolândia. Os policias deram ordem de parada, mas os bandidos continuaram a fuga e só pararam depois que dois pneus da picape foram furados por tiro.

Os ladrões, que estavam armados cada um com revólver calibre 38, desceram já atirando nos policiais, que revidaram com pelo menos seis disparos. Um dos bandidos foi atingido com três tiros e o outro com um, mas os dois foram baleados na região do tórax.

Eles foram socorridos pelos PMs e levados ao Hospital Regional, onde morreram. A suspeita é de que a picape seria levada para o Paraguai. Um dos ladrões, Douglas Rocha Cavalcante, 21 anos, tinha várias passagens pela polícia. O outro estava sem a documentação e ainda não foi identificado.

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