Com projeto abandonado, fio de água é o que resta do lago do Rádio Clube

Símbolo da história e da cultura de Campo Grande, o lago da sede campo do Rádio Clube, na Vila Morumbi, continua abandonado e cada vez mais esquecido pelo Poder Público. Enquanto o projeto de revitalização da área segue engavetado, o lago continua condenado à extinção, pelo avançado processo de assoreamento e erosão.

Cheio por águas do Córrego Bandeira, o lago do Rádio Clube já foi cartão postal da cidade. Até ser engolido por toneladas de sedimentos que escoam principalmente de obras do entorno, reflexo da falta planejamento urbano, segundo ressaltam especialistas.

Os grandes alagamentos no período chuvoso e "carreamento" de areia intensificaram o assoreamento. O lago não está mais resistindo.

O presidente do Rádio Clube, Otton Barbosa, 43, lembra que um projeto de revitalização da área foi elaborado em novembro de 2013.

“À época, a prefeitura convocou uma reunião solicitando a servidão da área, para que pudesse ser ela a responsável pelo espelho d'água, pois o lago está inserido em propriedade particular. O acordo foi feito para incluir a revitalização como obra do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento)", contou na manhã deste domingo (23) ao Campo Grande News.

Ele lembra que, no período, foram liberados R$ 6,6 milhões pelo programa federal para obras do sistema de contenção de enchentes. Mas, o projeto não saiu do papel porque faltou a contrapartida da prefeitura.

“Infelizmente a gestão municipal anterior não deu a devida atenção ao projeto e ele continua abandonado. Espero que a partir deste ano haja algum empenho para recuperar esse importante espaço”, disse.

“Não se trata somente da questão estética, que será fantástica para o clube, mas também por todo o contexto histórico para a cidade, pois as pessoas tinham o costume de frequentar a área, andar de pedalinho. Era um ponto a mais de lazer para as famílias, o que pode acontecer de novo”, ressalta.

De acordo com o dirigente, o banhado também é fundamental para a sustentabilidade do Lago do Amor, pois nele é feita toda a contenção dos sedimentos que vão diretamente para o lago maior, localizado cerca de 2 quilômetros.

O secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fiorese, disse neste domingo que serviços de desassoreamento no lago foram realizados na gestão anterior. "Mas teria teria que fazer um levantamento mais apurado para saber a atual situação do projeto e o que pode ser feito para recuperar a área".