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Capital

Com restos de árvore, moradores bloqueiam estrada de acesso ao lixão

Protesto busca chamar atenção do poder público para a montanha de entulhos jogados clandestinamente na região

Liniker Ribeiro e Clayton Neves | 09/04/2019 13:35
Moradores colocando restos de árvore para bloquear o trânsito em rua importante da comunidade Cidade de Deus (Foto: Marina Pacheco)
Moradores colocando restos de árvore para bloquear o trânsito em rua importante da comunidade Cidade de Deus (Foto: Marina Pacheco)

Cansados da quantidade de lixo despejados em locais impróprios, moradores da comunidade Cidade de Deus, no bairro Pedro Teruel, em Campo Grande, bloqueiam desde o meio-dia o trânsito na Rua Evelina Selingardi, que dá acesso ao lixão da Capital. O objetivo é chamar atenção do poder público para a montanha de entulhos no local, o que tem causado transtornos para quem vive na região.

A dona de casa Cláudia Moraes Gomes, de 35 anos, mora há dois anos ao lado de uma das áreas usadas para o descarte clandestino de lixo. Segundo ela, o problema tem afetado até mesmo a saúde de seus familiares. “É complicado, principalmente por conta do mau cheiro. O povo não respeita e joga até animal morto, o cheiro de carniça é muito forte”, revela.

Para tentar diminuir o problema, Cláudia conta ainda que o marido precisa borrifar veneno periodicamente dentro e fora de casa para evitar que animais peçonhentos invadam o imóvel. Porém, a quantidade de mosquitos na região tem aumentado e a preocupação é com o Aedes Aegypti, transmissor de doenças como a dengue, zika e chikungunya.

Claudia Moraes Gomes, durante entrevista (Foto: Marina Pacheco)
Claudia Moraes Gomes, durante entrevista (Foto: Marina Pacheco)

Para o bloqueio, o grupo utiliza o próprio lixo deixado no local. Uma árvore de grande porte abandonada na região interrompe o trânsito. A estrada vicinal, aliás, é bastante usada por caminhões de lixo, principalmente da Solurb, responsável pela coleta em Campo Grande, para chegar até o lixão.

De acordo com o vice-presidente da associação de moradores, Julian Anderson, de 32 anos, os entulhos são descartados por pessoas de outros bairros e até por empresas. “O pessoal vem de carro, ou com pequenos caminhões, e descarregam aqui. Já fizemos diversas solicitações para a Secretaria de Obras, mas nada foi solucionado. Isso porque o problema se estende há pelo menos oito meses”, afirmou.

Presidente da associação, que representa cerca de 1,5 mil moradores, Ronny Leão, de 33 anos, confirma a dificuldade em conseguir ajuda para o local. “Já conversamos com o superintendente da secretária, explicamos a situação e nos fizeram diversas promessas de que mandariam uma equipe, mas nada”, ressalta. Ainda segundo ele, toda quando questionada, a prefeitura afirmou que existiam bairros mais precários e, por isso, o atendimento nestes locais foi priorizado.

“Como querem acabar com a dengue se deixam chegar nessa situação? Isso aqui está propício a criação de focos do mosquito da dengue”, se preocupa Ronny.

Moradores também relataram que, há alguns meses, um campo de futebol do bairro estava do mesmo jeito e, revoltado, um grupo colocou fogo em tudo que estava na região. “Mas essa não é a solução. É uma limpeza que precisa ser feita. Fogo só deixa tudo ainda mais difícil, até para respirar”, avalia o presidente.

Iluminação – Ainda conforme os moradores, postes de energia e luminárias foram instaladas na região onde casas foram construídas para a comunidade, porém, boa parte não funciona e, no período da noite, o local é tomado pela escuridão.

A reportagem procurou a prefeitura de Campo Grande e repassou todas as reclamações. Também foi questionado quais são as medidas que serão tomadas para atender as necessidades da região, mas não houve resposta até a publicação da reportagem.

Para encerrar o protesto e liberar o trânsito na Rua Evelina Selingardi, os manifestantes solicitam a presença de um representante do executivo municipal. “Não queremos mais conversar por telefone, isso já temos. Queremos que alguém venha até aqui e venha pessoalmente a situação”, complementa Ronny.

Rua é usada por caminhões da Solurb para chegar ao Lixão (Foto: Marina Pacheco)
Rua é usada por caminhões da Solurb para chegar ao Lixão (Foto: Marina Pacheco)
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