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Capital

Com suspeitos soltos, esposa de morto em assalto tem medo de voltar à Capital

Pedido de prisão temporária dos suspeitos foi negado pela Justiça

Bianca Bianchi | 29/01/2016 16:07

Com o caso praticamente encerrado desde terça-feira (26), a esposa do técnico agrônomo Carlos Guilherme dos Santos Bertoldo, 30 anos, morto a tiros na noite do dia 24 na Avenida Duque de Caxias, não voltou mais a Campo Grande. Os quatro suspeitos de cometer o crime foram identificados, mas continuam soltos.

Segundo informações da Polícia Civil, a jovem, que teve sua identidade preservada, trabalha em Aquidauana, mas morava na Capital. "Ela tem muito medo de acontecer mais alguma coisa com ela", explica o delegado Reginaldo Salomão, responsável pelo caso.

Durante o depoimento à Polícia Civil na terça-feira, a esposa da vítima estava muito abalada, chegou a desmaiar e precisou interromper o processo diversas vezes. "Ele morreu para que nada de ruim acontecesse comigo. Morreu para me defender", declarou chorando.

A Polícia Civil pediu a prisão temporária de dois dos quatro envolvidos no crime, mas a Justiça negou. "Encerramos o ciclo de oitivas e exaurimos todas as possibilidades de investigação. Pedimos a prisão temporária, pois entendemos que a família e a sociedade merecem essa resposta, mas não cabe a nós questionar a decisão do juiz", explica Salomão.

Na 2ª feira (31), a Polícia Civil deve concluir o inquérito e encaminhar o processo ao MPE (Ministério Público Estadual). Na fase processual, o MP pode requerer as prisões novamente. "Dois dos suspeitos são nordestinos, então a chance de eles voltarem para lá é grande. Se isso acontecer, o processo para e começa a contar o prazo de prescrição", explica Salomão.

Por meio de mensagem de aplicativo de celular, o delegado Luís Alberto Ojeda, titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos, responsável pelo caso, faz um desabafo. No texto, diz que a Polícia Civil empenhou todos os esforços para identificação e prisão dos autores, que diversos policiais passaram os dias e as noites, desde a data do crime, trabalhando em busca das provas, mas que foi tudo em vão. "Parece-nos que a vida do trabalhador e pai de família que foi violentamente tirada, em frente da sua esposa, não mereceu uma pronta resposta do Estado", desabafou.

Crime - Quatro homens em duas motocicletas pararam na Avenida Duque de Caxias, esquina com a Avenida Capibaribe, região oeste da Capital. Dois passageiros desceram e foram em direção à vítima, que estava em seu veículo Fiat Strada branco, placas de Aquidauana, em um ponto de ônibus.

Carlos Guilherme teria concordado em entregar o veículo e a carteira e desceu da picape com a esposa. Quando a vítima viu o suspeito tentando colocar a mulher dentro da Strada novamente, pegou uma faca que estava no veículo e desferiu o golpe que acertou o braço dele.

Ao ver que o autor estava armado e iria atirar, Carlos tentou fugir e foi atingido por um dos disparos no peito esquerdo, na altura do coração. A vítima foi socorrida pelo Samu e levada à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, onde já chegou sem vida.

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