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Capital

Com três órgãos federais em greve, servidores se preparam para passeata dia 31

Paula Maciulevicius | 26/07/2012 12:57

Os servidores se mobilizam para um ato unificado na próxima terça-feira, às 9h. Uma passeata saindo da rua Barão do Rio Branco

Incra segue em greve. Servidores reivindicam que órgão tem o pior salário do executivo federal. (Foto: Paula Maciulevicius)
Incra segue em greve. Servidores reivindicam que órgão tem o pior salário do executivo federal. (Foto: Paula Maciulevicius)

A decisão do Governo Federal em cortar o ponto dos grevistas, já era esperada, garantem os servidores. Mais um indício de que o governo e funcionários públicos estão longe de entrar em acordo.

Em Mato Grosso do Sul, dos três órgãos em greve: Funai, Incra e UFMS, são 425 servidores parados. E mais Dnit, Funasa e Superintendência Regional do Trabalho em estado de greve, ou seja, podem paralisar a qualquer momento.

A paralisação na Universidade já trouxe consequências ao calendário acadêmico. A UFMS suspendeu trancamento de semestre presencial, inscrição da rematrícula online e confirmação da rematrícula do semestre. Não há uma data prevista para retomada de atividades.

Os servidores se mobilizam para um ato unificado na próxima terça-feira, às 9h da manhã. Uma passeata saindo da rua Barão do Rio Branco. Mesma data em que sindicatos se reúnem com o Governo Federal novamente.

“A gente se prepara para responder ao Governo com ação na Justiça e evitar esse corte de ponto”, declarou o servidor do Incra e delegado de base do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, Daniel Yamamoto, 36 anos.

Servidores do Incra se reúnem para deliberar sobre ato unificado na próxima terça-feira.
Servidores do Incra se reúnem para deliberar sobre ato unificado na próxima terça-feira.

O Instituto está em greve desde o dia 18 de junho e reclama que tem um dos piores salários do executivo federal. Na sede, apenas os serviços de recepção e protocolo fazem o atendimento, eles mantém os serviços essenciais em funcionamento e 30% do efetivo trabalhando.

“Estamos aguardando posição do Ministério do Planejamento, para reestruturação do órgão, recomposição da força de trabalho, reajuste da remuneração para equiparar aos servidores do Ministério da Agricultura que até 2007 recebiam o mesmo que nós e depois disso já tiveram reajuste de 200% até hoje”, levanta Daniel.

O servidor estima que 60% dos funcionários públicos federais estejam de braços cruzados. E que a decisão tomada pelo Governo Federal, de cortar o ponto é uma tentativa de enfraquecer a luta. “Cortar o ponto é negar o direito de greve. As pessoas no Incra já estão em condição salarial ruim, já não tem sustento suficiente, com isso estão sendo praticamente massacradas”, defende.

Das 28 superintendências do Incra em todo país, apenas duas, no Nordeste, não aderiram a greve.

Uma comissão foi montada entre os sindicatos das categorias e a partir de amanhã começa a circular pela cidade panfletos com as reivindicações.

A Funasa (Fundação Nacional da Saúde) paralisou na segunda-feira. Ainda mantém os trabalhos mas pode parar a qualquer momento, porque aderiu ao estado de greve reivindicando, entre reajustes salariais, melhor qualidade no serviço público.

“Do jeito que está, não dá para ficar. São 12 anos sem qualquer tipo de aumento”, justifica o servidor Gregório Augusto Corrêa, 50 anos.

A negociação com o Governo Federal propôs a eles aumento apenas para quem está no final de carreira. “Para nós não é interessante, para mim até é, mas tenho que pensar também naqueles que estão entrando agora”, completa o servidor.

O delegado do sindicato João Nascimento, também servidor da Funasa, sustenta que a liminar concedida na Justiça ao sindicato dos trabalhadores do serviço público de Brasília, no Distrito Federal abre caminha para as outras entidades.

Na decisão, o judiciário considera o movimento legal e impede que o Governo Federal corte o salário devido à greve. A liminar determinou também que os servidores continuem mantendo regime de rodízio. No entanto, a liminar beneficia apenas o Distrito Federal, prevendo multa de R$ 1 mil por dia em caso de descumprimento por parte do Governo.

“Eles quiseram com isso fazer pressão nos servidores, mas 80% deles estão conscientes e não estão se amedrontando”, enfatizou João Nascimento.

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