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Capital

Com vírus mortais, gripes pedem atenção especial a primeiros sintomas

Natalia Yahn | 13/04/2016 10:10
Tamiflu, medicamento contra a gripe A, só pode ser encontrado na rede pública de saúde. (Foto: Fernando Antunes)
Tamiflu, medicamento contra a gripe A, só pode ser encontrado na rede pública de saúde. (Foto: Fernando Antunes)

Com sintomas parecidos ou até idênticos, que vão de febre até SRGA (Síndrome Respiratória Aguda Grave), os tipos de influenza A e B – gripes conhecidas como H1N1 e comum, respectivamente – só podem ser diferenciadas como exame laboratorial. A dica é procurar um médico tão logo os sinais da doença apareçam.

Ambos os tipos da doença podem levar à morte, caso não sejam diagnosticadas e tratadas de forma correta. Desde o início do ano, Mato Grosso do Sul já tem três mortes confirmadas – todas por H1N1 –, nos municípios de Campo Grande (06/04), São Gabriel do Oeste (23/03) e Corumbá (18/01).

O boletim epidemiológico da influenza, divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), aponta que apenas 31% dos pacientes diagnosticados com H1N1 este ano no Estado iniciaram o tratamento com o antiviral oseltamivir – conhecido comercialmente como Tamiflu – no período correto. Outros 23% dos pacientes, mesmo com os sintomas, não haviam recebido a medicação até a divulgação dos dados, na quinta-feira (7).

O Ministério da Saúde orientou, em nota publicada no dia 29 de março, que o medicamento deve ser usado até dois dias após o início dos sintomas. O medicamento está disponível apenas na rede pública, para pacientes que apresentarem os sintomas da gripe. 

“A rede pública tem estoque suficiente em todo o Brasil do medicamento Oseltamivir (Tamiflu) para o tratamento da gripe. É importante que o produto seja administrado nas 48 horas do início dos sintomas e que a pessoa com suspeita de gripe procure atendimento médico imediatamente”. 

O médico e presidente da Sociedade de Infectologia de Mato Grosso do Sul, Bruno Filardi, explica que os sintomas entre os dois tipos de influenza (A e B) são parecidos e só podem ser identificadas quando é realizado o exame laboratorial. “As duas são gripes, só que o H1N1 é mais patogênico. Não dá para diferenciar clinicamente, os sintomas são parecidos ou idênticos, por isso que tem ser feito o exame em laboratório. A Síndrome Respiratória Aguda Grave é um dos principais sintomas da H1N1, mas também pode atingir pacientes com gripe comum”.

Por isso, ele alerta em relação à necessidade de buscar por atendimento médico, assim que os primeiros sintomas surgirem. “Estamos em um alerta, por conta de uma provável epidemia. É necessário buscar atendimento, especialmente quando o paciente identificar piora respiratória grave”, disse o médico.

Outra comparação importante para que as pessoas consigam identificar se estão com gripe ou não é em relação aos sintomas. “O resfriado, por exemplo, não tem febre, é mais um processo alérgico. Já o quadro respiratório, no caso de gripe que é viral, é nítido e pode evoluir para uma pneumonia. Pode ser H1N1 nestes casos, mas também pode ser influenza B. É essencial que desde o início o paciente procure atendimento, ainda mais como a possibilidade de epidemia da doença”, afirmou Filardi.

A vacina contra a gripe é uma das principais medidas de prevenção contra a doença, porém o médico alerta para outras ações simples, que podem fazer a diferença. “Sempre lavar as mãos, quando espirrar colocar a parte interna do cotovelo na boca. Os cuidados são para todos, especialmente para quem anda de ônibus, trabalha na área da saúde. Também é importante evitar ficar em locais fechados”.

Casos – Os casos notificados de influenza A (H1N1), doença também conhecida como gripe suína, já chegam a 106 notificações em 20 municípios de Mato Grosso do Sul. Em uma semana as notificações aumentaram 31%, passaram de 73 para 106 casos – entre H1N1, H3N2 e influenza B.

Do total de pacientes com a doença, 40 precisaram ser isolados em onze municípios, pois apresentaram SRGA – 31 estavam com H1N1, sete com H3N2 e dois com influenza B.
A SES descartou que a morte de Aurora Ferreira Gonçalves, 68 anos, no sábado (9), em Cassilândia, a 418 quilômetros de Campo Grande, foi provocada por influenza A (H1N1).

Até o dia 30 de março, no terceiro boletim epidemiológico de influenza, eram 73 notificações da doença em onze municípios, com apenas cinco casos de H1N1 confirmados.
Desde 2009 até 2015 foram registradas 86 mortes por influenza A – 15 causadas por H3N2. Somente no ano passado foram sete mortes, uma delas por H1N1.

Vacinação – Mato Grosso do Sul vai receber mais de 720 mil doses de vacinas para atender a campanha de vacinação contra a Influenza deste ano. A campanha terá inicio no dia de 30 de abril com mobilização nacional e segue até o dia 20 de maio. No Estado, o público-alvo corresponde a uma população de 667.922 pessoas e a meta é vacinar 80% deste público.

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