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Capital

Comerciante aborda prefeito e pede socorro para Avenida Calógeras

O encontro ocorreu enquanto Marquinhos Trad acompanhava operação tapa buracos na via

Lucas Junot | 01/04/2017 11:53
Comerciante aborda prefeito e pede socorro para Avenida Calógeras
Prefeito Marquinhos Trad acompanhou a operação tapa buracos na Calógeras (Foto: Lucas Junot)

Um dos logradouros mais centrais de Campo Grande, rota tradicional no comércio de peças de automóveis na Capital, a Avenida Calógeras, outrora via de desenvolvimento econômico por sediar a Estação Ferroviária, pede socorro. O apelo é do empresário Leandro Borges, de 35 anos, proprietário da SoldaTec e foi feito diretamente ao prefeito Marquinhos Trad (PSD) neste sábado (1º), enquanto o chefe do Executivo vistoriava a operação tapa buracos no local.

Iluminação precária, pavimento e calçadas irregulares, deteriorados pelo tempo e pelo fluxo intenso de veículos, árvores em crescimento desordenado e, mais recentemente, a presença de usuários de drogas e pichadores, são algumas das principais cicatrizes na avenida cujo nome homenageia o engenheiro formado pela famosa “Escola de Minas”, de Ouro Preto – MG, em 1890, João Pandiá Calógeras.

A antiga Rua de Santo Antônio, como era chamada a Calógeras, exibe ao longo da sua extensão, edificações e locais que testemunharam importantes fases da evolução de Campo Grande, mas que agora também perecem no tempo.

Comerciante aborda prefeito e pede socorro para Avenida Calógeras
À esquerda, Leandro Borges é proprietário de uma loja na Avenida e desabafou sobre os principais problemas no local (Foto: Lucas Junot)

De acordo com o empresário, “pouco a pouco os comerciantes são forçados a deixar o local em virtude dos prejuízos e das más condições para a atividade comercial”. “A iluminação pública aqui é ineficiente e favorece a ação de vândalos. Investi mais de R$ 2 mil em refletores para iluminar a fachada da loja, mas não demorou muito foram roubados”, conta Leandro.

Ele veio de Minas Gerais para investir em Campo Grande. Há um ano, comprou a loja que já tem 25 anos em operação na Calógeras e desabafou com o prefeito sobre a situação da via. “Falta um planejamento aqui. Um plano diretor eficiente. Se a avenida tem uma vocação comercial, quem vem aqui tem que ter onde estacionar, tem que ter segurança, tem que encontrar um ambiente agradável e, como está, a Calógeras não oferece atrativo nem pra quem trabalha aqui, quem dirá pra quem quer investir dinheiro”, aponta o comerciante.

O prefeito Marquinhos Trad, que vistoriava a operação tapa buracos na via, concordou. Antes mesmo da conversa com o empresário, disse ao Campo Grande News que a Calógeras já não comporta mais tapa buracos. “Olha pra isso aqui. A população pergunta porque não se faz algo mais estrutural e tem razão. Só que o recurso que temos não nos deixa alternativa”, declarou.

Ao empresário, Marquinhos disse que levaria os questionamentos ao Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) e aos demais setores envolvidos nas reclamações. “Ele (Leandro) falou também sobre a necessidade de um redutor de velocidade aqui, em virtude do perigo que o fluxo de veículos combinado ao excesso de velocidade trazem ao cidadão. Além disso, as árvores também precisam receber podas constantes. Isso são coisas que podemos encaminhar. De resto dependemos de financiamentos e outros investimentos que estamos pleiteando, mas não dependem exclusivamente da nossa vontade”, explicou o prefeito.

Comerciante aborda prefeito e pede socorro para Avenida Calógeras
No local é comum encontrar moradores de rua e usuários de droga (Foto: Marcos Ermínio)

Pichação - Por ser um crime de menor potencial ofensivo, que não leva o infrator para a cadeia, no máximo, podendo obrigá-lo a pagar cesta básica ou cumprir serviço comunitário, a pichação de fachadas em Campo Grande continua trazendo prejuízo para comerciantes e moradores, especialmente, na área central. Uma lei municipal de 2013, que poderia coibir a ação contra o patrimônio, ainda precisa de regulamentação.

Atualmente, os pichadores estão sujeitos à Lei 12.408/2011, que prevê pena de detenção de três meses a um ano, mais multa.

Para o prefeito, mais do que a legislação, a pichação é uma questão cultural e de conscientização. “Precisamos fazer campanhas para coibir essa prática, esclarecendo pra quem faz isso, o quanto é ruim para nossa cidade e pro próprio cidadão.

A medida para coibir essa prática contra o patrimônio público e particular foi proposta pelo vereador Eduardo Romero (Rede) e virou lei municipal, sancionada em 2013 pelo prefeito Alcides Bernal (PP), mas que ficou passível de regulamentação do Poder Executivo.

Para o parlamentar, a ideia foi aprimorar o que determina a legislação em vigor, mas com a preocupação de oferecer medidas preventivas para que as crianças e adolescentes cresçam respeitando o patrimônio público e privado, “que tenham conhecimento de outras manifestações artísticas para evitar a pichação ao patrimônio”, explica Romero.

Além de estabelecer parâmetros de normatização para as livres manifestações artísticas e plásticas urbanas, com possibilidade de viabilizar espaços específicos nos bairros e na região central, a lei também prevê a inserção da temática nas escolas e Ceinf's (Centro de Educação Infantil).

Conforme a lei, as escolas municipais e Ceinf's deveriam incluir no regulamento interno advertências de que pichar é crime, além de fixar cartazes nos prédios para conscientizar sobre a preservação do patrimônio público.

O Poder Público, seguindo a nova legislação, também deveria incentivar por meio das unidades escolares projetos educativos relacionados à cultura e linguagens urbanas, e disponibilizar área especial para a livre manifestação das expressões urbanas, como o grafite, o estêncil, o painelismo e o muralismo.

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