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Capital

'Coreia' é detido após nova ordem de prisão e dá depoimento ao Garras

Policial rodoviário federal acusado de matar empresário foi preso nesta manhã por agentes do Garras após juiz voltar atrás e aceitar pedido feito pelo Ministério Público Estadual na última quarta

Rafael Ribeiro, Willian Leite e Marcus Moura | 05/01/2017 09:11
Policial teria sido detido em casa e já presta depoimento na sede do Garras (Foto: Fernando Antunes)
Policial teria sido detido em casa e já presta depoimento na sede do Garras (Foto: Fernando Antunes)
Segundo a polícia, 'Coreia' teria sido detido em sua casa, acompanhado de advogado (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo a polícia, 'Coreia' teria sido detido em sua casa, acompanhado de advogado (Foto: Marcos Ermínio)

O policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, foi detido na manhã desta quinta-feira (5) após a Justiça decretar sua prisão preventiva pela acusação do assassinato a tiros do empresário Adriano Correia do Nascimento, 33, em suposta briga de trânsito ocorrida no dia 31 de dezembro, na avenida Ernesto Geisel.

Segundo funcionários do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), Moon chegou ao local por volta das 8h em uma viatura policial descaracterizada do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) para fazer os exames médicos.

A reportagem do Campo Grande News tentou entrar em contato com o advogado do policial, Márcio Messias Oliveira, mas não teve retorno até a conclusão desta reportagem. Moon está no Garras, onde presta depoimento.


Segundo policiais civis, apesar do pedido feito pelo Ministério Público Estadual ter sido acatado pela Justiça à noite, somente pela manhã os investigadores tiveram acesso ao mandato. Moon teria sido detido em sua casa e prestará novo depoimento durante toda a manhã. Não há informação para onde ele será transferido depois.

Oficialmente, a Polícia Civil diz que se manifestará sobre o assunto somente à tarde. Para tentar despistar a imprensa, os agentes da delegacia especializada chegaram a trocar o acusado de veículo pelo menos uma vez no trajeto do Imol até a sede do Garras.

Justiça – O pedido de prisão preventiva feito pelo MPE na última quarta-feira foi aceito pelo juiz José de Andrade Neto, o mesmo que havia concedido a liberdade provisória ao policial após seu indiciamento em flagrante no dia do ocorrido.


Após sua primeira decisão, o juiz foi alvo de reclamação da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), que anunciou que entraria com representação sobre o caso no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).


“Com a apresentação de novas provas e elementos objetivos, este juízo verificou a necessidade de ser decretada a prisão preventiva do indiciado Ricardo, para garantir que não haja qualquer tipo de contaminação ou influência na apuração dos dados, para garantir a integridade da instrução criminal”, informou o magistrado em sua nova decisão.


Crime - Ricardo Hyun Su Moon conduzia sua Mitsubishi Pajero prata naquela manhã em sentido à rodoviária, onde embarcaria para Corumbá (a419km de Campo Grande), seu posto de trabalho na PRF. Após uma suposta briga de trânsito, ele atirou sete vezes contra a Hilux branca do empresário.

Nascimento, dono de dois restaurantes japoneses na cidade, morreu na hora, perdeu o controle do veículo e bateu em um poste. Um jovem de 17 anos que o acompanha foi baleado nas pernas. Outro acompanhante no veículo, um supervisor comercial, de 48, quebrou o braço esquerdo e sofreu escoriações com a batida. Ambos foram socorridos conscientes.

O policial ficou no local do crime e chegou até a discutir com uma das vítimas, mas não foi preso na ocasião, mesmo havendo policiais militares no local. Posteriormente, ele acabou sendo indiciado em flagrante ao comparecer na delegacia com um advogado e representante da PRF.

Em seu depoimento, Moon disse que agiu em legítima defesa. Afirmou que as vítimas não o obedeceram mesmo após ele se identificar como policial, que tentaram lhe atropelar ao fugir dele e que viu um objeto escuro que poderia ser uma arma na mão de uma das vítimas.

A Polícia Civil de Campo Grande investiga o caso como homicídio em inquérito. Ouve testemunhas e as duas vítimas sobreviventes, além de rastrear autores das filmagens e ligações para a Polícia Militar. Uma reconstituição do fato deverá acontecer em até duas semanas. O prazo para conclusão da apuração é de 30 dias.

Na nova acusação formalizada, o Ministério Público Estadual pede para que a Polícia Civil investigue também a postura da PM no atendimento da ocorrência. No entendimento dos promotores, houve favorecimento a Moon na forma de atuação.

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