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Capital

Culto evangélico abre expediente e causa polêmica na Central do Cidadão

Bruno Chaves e Helton Verão | 30/05/2014 10:17
A cerimônia religiosa ocorre todas as sextas-feiras dentro da repartição (Foto: Helton Verão)
A cerimônia religiosa ocorre todas as sextas-feiras dentro da repartição (Foto: Helton Verão)

Usuários da Central de Atendimento ao Cidadão se dividem entre apoiar e criticar o culto evangélico realizado no local, todas às sexta-feiras, a partir das 7h30. A cerimônia religiosa no espaço público causa polêmica, porque acaba envolvendo todos as pessoas que vão ao local para requerer um serviço do município ou pagar as contas.

Após a indignação de um leitor, o Campo Grande News acompanhou a "celebração" na manhã de hoje no local, que fica na Rua Marechal Cândido Mariano Rondo, no Jardim dos Estados. A cerimônia religiosa teve início às 7h45 e durou 15 minutos.

O pastor que liderou a cerimônia se identificou apenas como Aguimar, da Igreja Metodista, e disse que o louvor é realizado uma vez por semana dentro do prédio da administração municipal pelo menos há dois anos. “Hoje é o último dia porque eu não sou o pastor titular da igreja”, comentou.

Entre as pessoas que aguardavam atendimento, algumas apoiavam a iniciativa e outras rechaçavam. “Sou totalmente contra. Tem pessoas tentando se concentrar para trabalhar, tem pessoas de outras religiões”, disse o professor Alcides dos Reis, 69 anos.

“Se as pessoas querem algum lugar para rezar ou mostrar sua crença que façam dentro da sua igreja”, emendou. Para o professor, cena parecida, de um culto religioso dentro de um prédio da administração pública, não acontece em outro lugar.

O contador Vitor Corrêa, 28, disse que não vê problema na situação, mesmo sendo ateu. “Não tenho religião, mas para mim não incomoda”, afirmou. Já a cozinheira Giovana da Silva, 52, contou que sempre é bom ouvir a palavra de Deus no início da manhã. “Tudo bem”, falou, em poucas palavras, e com o semblante sério.

Evangélico, o engenheiro agrônomo Leandro Arruda, 26, classificou a situação como confusa. “Mesmo sendo da religião, causa um estranhamento. Sinto que outras pessoas podem se incomodar”, pensou.

“Eu acho que isso pode estressar outras pessoas que não são da mesma religião e que vêm aqui para tratar de outras questões”, emendou o motoboy Alex Ferreira, 26.

Em determinado momento do culto, o pastor foi interrompido por uma moça. Eles entraram em uma sala da Central do Cidadão e os fiéis se dispersaram. Após 10 minutos, o líder religioso saiu e explicou a reportagem que a mulher pediu para que o culto não acabasse.

“Por isso acredito que outra igreja vai começar a fazer. Creio que essa solicitação partiu dos funcionários daqui”, explicou.

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