De diazepam a fluoxetina, Caps têm falta de 11 medicamentos, denuncia conselho
O Conselho Municipal de Saúde apresentou uma lista com 11 medicamentos que deveriam ser dispensados
Em audiência pública realizada na manhã desta terça-feira (7) na Câmara Municipal de Campo Grande, o Conselho Municipal de Saúde apresentou uma lista com 11 medicamentos que deveriam ser dispensados nos Caps (Centros de Atenção Psicossocial), mas estão fora de estoque. O levantamento foi divulgado pela vereadora Luiza Ribeiro (PT), proponente da sessão.
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Em audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande, o Conselho Municipal de Saúde denunciou a falta de 11 medicamentos essenciais nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Entre os remédios em falta estão prometazina, nortriptilina, nitrazepam, fluoxetina e diazepam. O desabastecimento, que persiste há dois anos, afeta de forma desigual as sete unidades dos Caps da cidade. Enquanto algumas possuem estoque, outras estão completamente desabastecidas. Segundo o conselho, o problema é resultado da má gestão dos recursos destinados à assistência farmacêutica.
“Toda a população tem reclamado da falta desses medicamentos. A ausência de remédios na rede SUS, seja nas unidades de saúde, nas UPAs ou nos Caps, tem consequências sérias, pois agrava o quadro clínico dos pacientes e compromete o atendimento como um todo”, afirmou a parlamentar.
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Consulta feita pela reportagem ao site da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) confirmou a falta de diversos medicamentos padronizados nos Caps. O cruzamento dos dados mostrou ainda que há unidades com o remédio em estoque e outras completamente desabastecidas. Campo Grande conta atualmente com sete Centros de Atenção Psicossocial.
Entre os medicamentos ausentes estão prometazina, nortriptilina, nitrazepam, fluoxetina e diazepam — este último é o que mais aparece em falta. No caso da fluoxetina, por exemplo, o sistema mostra que há 16 mil comprimidos disponíveis no Caps Álcool e Drogas IV Fátima Medeiros, no Jardim São Bento, mas nenhum no Caps III Afrodite Dóris Contis, no Monte Castelo, nem em outras unidades.
De acordo com Luiza Ribeiro, o desabastecimento é reflexo direto da má gestão dos recursos destinados à assistência farmacêutica. “Temos agravos muito sérios provocados pela falta de medicamentos. O que nossa audiência revelou foi o problema da não aplicação adequada desses recursos”, destacou.
O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Jader Vasconcelos, classificou a situação como crônica. “Esse cenário não muda há pelo menos dois anos. A situação tem oscilado entre péssima e calamitosa, e quem sofre é a população, que chega na ponta e não consegue a medicação”, afirmou.
A Prefeitura de Campo Grande foi procurada pela reportagem, mas não respondeu até a publicação desta matéria.
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