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Capital

Defesa alega que Uno é imprestável para racha e quer absolvição de réu

Aline dos Santos | 28/02/2011 13:00
Para advogado de Anderson, acidente que matou jovem foi fatalidade. (Foto: João Garrigó)
Para advogado de Anderson, acidente que matou jovem foi fatalidade. (Foto: João Garrigó)

A defesa de Willian Jhony de Souza Ferreira, réu no processo pela morte de Mayana de Almeida Duarte, ocorrida após acidente de trânsito, pediu à justiça absolvição sumária do acusado.

Ele e Anderson de Souza Moreno foram denunciados pelo MPE (Ministério Público Estadual) por homicídio com dolo eventual, isto é, quando não se tem a intenção de matar, mas se assume o risco em razão de conduta perigosa.

“Não há como o condenar por homicídio doloso qualificado. Jogando na vala comum a toda sorte de assassino uma pessoa que estava apenas guiando seu carro”, afirmou o advogado Leonardo Levi de Moura Moura, durante a última audiência do caso, realizada nesta segunda-feira, na 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Para a defesa, a única possibilidade é que Willian Ferreira seja julgado por suposta prática de racha. O advogado sustenta que não há provas de que os réus participavam de um racha e que o carro de Willian, um Fiat Uno, é “imprestável” para a disputa.

“É um carro 1.0 original, que é incompatível de disputar racha com um Vectra de mais de 140 cavalos, triplo da potência”.

Na madrugada do dia 14 de junho de 2010, no cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua José Antônio, em Campo Grande, o Vectra, conduzido por Anderson, bateu no Celta, conduzido por Mayana. Anderson estaria disputando racha com o Uno, guiado por Willian. Mayana morreu 12 dias depois do acidente.

Fatalidade – Para a defesa de Anderson Moreno, ele deveria ser julgado por homicídio culposo, sem intenção de matar. “Foi uma fatalidade. Falta, para chegar à verdade, investigar os dois lados. Mayana e o Anderson estavam no mesmo lugar, todos beberam”, afirma o advogado Coaracy Castilho.

Ele defende que não havia disputa de racha e que o acusado não “furou” o sinal vermelho. Em caso de homicídio culposo, a pena vai de dois a quatro anos de prisão.

Promotor quer os réus sejam levados a júri popular por homicídio doloso. (Foto: João Garrigó)
Promotor quer os réus sejam levados a júri popular por homicídio doloso. (Foto: João Garrigó)

Diversão - Já o promotor Douglas Oldegardo dos Santos quer os réus sejam levados a júri popular por homicídio doloso duplamente qualificado. Segundo o promotor, William teve participação fundamental, pois foi a disputa que levou ao excesso de velocidade e desrespeito à lei de trânsito.

“Todo o evento se desenvolveu para satisfação da diversão dos acusados”. Em caso de homicídio doloso, a pena pode chegar a 30 anos de prisão. A acusação sustenta que os réus disputavam racha e passaram no sinal vermelho.

O promotor também pediu a prisão de preventiva de Anderson, que foi flagrado dirigindo sem CNH e na contramão no último dia 13 de fevereiro. O pedido ainda será avalaido pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos.

Hoje, ele ouviu testemunhas de defesa e acusação, além de interrogar os réus. As audiências foram encerradas e o magistrado vai decidir se manda os acusados a júri popular.

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