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Capital

Defesa “culpa” advogada por ausência de assassino em audiência

No dia 15 de maio Wilson matou Ewerton Ferreira dos Santos em uma conveniência da Rua dos Cafezais

Geisy Garnes e Bruna Kaspary | 16/05/2018 12:47
Julgamento nesta manhã aconteceu sem o réu (Foto: Saul Schramm)
Julgamento nesta manhã aconteceu sem o réu (Foto: Saul Schramm)

O defensor público Rodrigo Antônio Stochiero Silva afirmou em julgamento na manhã desta terça-feira (16) que a advogada Carine Beatriz Giaretta omitiu informações e prejudicou a defesa de e Wilson Corrêa de Arruda, o “Buguinho” - réu pela morte de Ewerton Ferreira dos Santos em maio de 2015.

O defensor público alegou em juízo que o cliente não foi informado sobre as movimentações do processo, fazendo com que ele perdesse audiências. “Quando ele morava em Sidrolândia, a advogada disse que não havia audiência alguma naquele fórum, mas teve, fazendo com que ele faltasse”, reforçou Rodrigo Antônio Stochiero Silva.

A ausência de Wilson nas audiências do caso foram determinantes para o juiz Aluízio Pereira dos Santos decretar sua prisão após o primeiro julgamento do caso ser adiado, no dia 28 de março, após Giaretta não aparecer no Tribunal do Júri. “Essa ação da advogada prejudicou a defesa do réu”, lembrou Rodrigo.

Na decisão o magistrado explicou que durante a ação, a defesa pediu que os depoimentos fossem feitos à distância, alegando mudança do suspeito para Sidrolândia e depois para Belém (PA), mas ele nunca foi localizado, ou ouvido. “Não sei se a advogada orientou ele assim, ou se ela omitiu as informações ao cliente”, alegou o defensor no júri nesta manhã.

Rodrigo ainda pediu aos jurados a exclusão das qualificadoras do crime: motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. “Não houve traição. O tiro não foi pelas costas, foi nas costas. A vítima sabia quem atirava e não foi surpreendido”, explicou que defensor, detalhando que a vítima foi ferida pelas costas ao tentar fugir dos tiros.

Lembrando o depoimento da irmã da vítima, o advogado ressaltou que Ewerton já havia visto o réu no bar e percebido ele “olhando estranho para ele”. Durante a defesa, Rodrigo afirmou ainda que enquanto a vítima tinha vários desafetos,“Buguinho” era conhecido entre os amigos “por não ter coragem nem de matar a própria fome”.

Entenda o caso - No dia 15 de maio Wilson matou Ewerton Ferreira dos Santos em uma conveniência da Rua dos Cafezais, no Jardim das Macaúbas. Testemunhas contaram que na data, o suspeito se aproximou da vítima, que já deixava do bar, e efetuou vários disparos contra ela.

Mesmo ferido Ewerton tentou correr, mas caído e foi ferido por mais dois disparos. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Universitário, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a polícia, uma discussão semanas antes motivou o crime.

Quase dois anos depois, o julgamento de Wilson foi marcado, mas sem a presença de Carine Beatriz Giaretta, responsável pela defesa do réu, o juiz adiou o júri e multou advogada em dez salários mínimos, um total de R$ 9.540,00. No mesmo dia, o magistrado decretou a prisão preventiva do suspeito - que continua foragido.

Ao Campo Grande News, a advogada Carine Giaretta lembrou que a ausência em 28 de março foi resultado da negativa da Justiça em adiar o julgamento, diante da falta de notificação a três testemunhas. Ela ainda contestou a postura do defensor no caso, conforme reportagem que pode ser conferida neste link.

*Matéria editada às 19h10 para acréscimo de informações.

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