Depoimentos confirmam que PM matou jovem em frente a boate

Os depoimentos de cinco testemunhas confirmam que o policial militar Bonifácio dos Santos Junior, de 36 anos, matou Ike Cézar Gonçalves, de 29 anos. Ele estava de folga. O crime aconteceu em frente à casa de shows Santa Fé, na rua Brilhante, em Campo Grande.
As testemunhas foram ouvidas na tarde deste domingo (28), pela delegada Franciele Candotti Santana.
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Por volta das 4h deste domingo, Bonifácio, que é lotado na Cigcoe (Companhia Independente de Policiamento de Crises e Operações Especiais) em frente à casa de show Santa Fé, e em meio a uma confusão, acabou atingido Ike Cézar com um tiro na testa e Max Bruno Souza Leite, de raspão.
Conforme os depoimentos, dois amigos de Bonifácio, ainda não identificados, abordaram uma das meninas que estava no grupo junto à Ike Cézar, começando uma confusão.
O policial não estava ao lado dos dois amigos, mas apareceu alcoolizado durante o desentendimento, sempre repetindo a mesma frase, “eu sou policial”.
As testemunhas também contam que Bonifácio estava dentro do carro, e dali mesmo efetuou os primeiros disparos. Após descer, ele fez mais disparos, um atingindo Ike Cézar e outro pegando de raspão Max Bruno.
Depois, Bonifácio continuou atirando, antes de ir embora do local. Foram disparados entre quatro a sete tiros, segundo os depoimentos, que também indicam que a vítima estava separando a briga.
Bonifácio fugiu do local junto a outro amigo, Osni Ribeiro de Lima, de 36 anos. Ambos foram presos, e Bonifácio ainda apresentava sinais de embriaguez. Em depoimento, ele afirma ter efetuado três disparos para dispersar a confusão, todos para o alto.
Entretanto, segundo a delegada Franciele Candotti, o policial se contradiz nos depoimentos. A advogada dele, Esmeralda Santa Cruz, diz que o calibre da arma usada no crime é diferente do calibre da arma apresentada.
Osni está preso na Depac Piratininga, enquanto Bonifácio está detido no Presídio Militar Estadual, até o fim das investigações. Ele pode responder por homicídio doloso e por tentativa de homicídio.