ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Depois de 3 dias, pais adotivos conseguem na Justiça ter filho de volta

Paula Maciulevicius | 28/12/2011 19:25

“Estou arrepiada, não tem explicação. Até ontem eu não tinha esperanças pela briga ser com a mãe biológica, porque eu só tenho a guarda dele, e é complicada. Não tem explicação, é a emoção”

Valentin na volta para casa com a família adotiva. O que não faltaram foram lágrimas e sorrisos. (Foto: João Garrigó)
Valentin na volta para casa com a família adotiva. O que não faltaram foram lágrimas e sorrisos. (Foto: João Garrigó)

Depois de três dias de aflição a família adotiva do menino Valentin Alves Martins Júnior, 3 anos, chorou e respirou aliviada. A criança voltou aos braços de Solange Barbosa, que tem a guarda provisória dele desde junho, na tarde desta quarta-feira, na Depca (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente).

Entre parentes e amigos que se empenharam na busca de Valentin, ninguém pode conter as lágrimas ao ver o sorriso do menino no colo dos pais adotivos. A emoção falava mais alto e os abraços apertados demonstravam a saudade. Sentimento recíproco, já que nos olhos de Valentin, a alegria era notável.

Questionado se sentiu falta da família ele só fez que sim com a cabecinha e disse em alto e bom som “muita”. Com presentes nas mãos, entre eles o heroi que ele me se intitula, o Homem Aranha, ele seguiu abraçado pelos pais, até o carro da família.

“Estou arrepiada, não tem explicação. Até ontem eu não tinha esperanças pela briga ser com a mãe biológica, porque eu só tenho a guarda dele, e é complicada. Não tem explicação, é a emoção”, disse Solange.

A mãe aparenta ser mulher forte, se emocionou, mas nem tanto quanto o pai adotivo Cléo Amaral dos Santos. Com olhos marejados ele dizia abraçado ao filho mais velho de Solange, de 14 anos “pelo amor de Deus ele é feliz com a gente. Eu tenho que agradecer aos nossos amigos, o advogado, se ele cobrasse R$ 1 milhão, não ia pagar pelo que ele fez pela gente. Só quero a felicidade do meu filho, eu amo ele”, desabafou.

Com presente em mãos, criança faz festa. Nos olhos a alegria era notável. (Foto: João Garrigó)
Com presente em mãos, criança faz festa. Nos olhos a alegria era notável. (Foto: João Garrigó)

O encontro de Valentin com a família três dias depois de ter sumido da casa da mãe biológica Grasielli Nathália Leone, onde foi deixado para passar as últimas horas do Natal, no Residencial Azaleia, foi marcado pela presença de todos os familiares.

“Nossa parece que ele nasceu agora, a emoção que a gente está sentindo é essa. Como se todo mundo tivesse aqui para conhecer ele. Para a gente é como se ele tivesse nascido agora”, declara Solange.

Nos minutos que sucederam a entrega de Valentin à família, os amigos não saíam do telefone, “ele está de volta, está com a gente, graças a Deus”.

O que pôs fim ao sofrimento de Solange e Cléo foi o pedido feito por ela na Justiça, de apreensão na tarde de ontem.

“O oficial já tinha ido a três endereços, depois ele ligou e disse que o advogado deles entrou em um acordo e entregaria a criança. Aí ele me ligou para pegar ele aqui”, explica.

Daqui para diante a mãe adotiva vai continuar na Justiça, já que ontem Grasielli Nathália Leone e Valentin Alves Martins, pais biológicos de Valentin, entraram com liminar de reestabelecimento da guarda.

“Nós vamos tentar reverter e ir até quando não tiver recurso nenhum, vamos lutar sim”, finalizou Solange.

Emocionados, pais diziam que encontro com filho foi como pegá-lo na maternidade. “Para a gente é como se ele tivesse nascido agora”. (Foto: João Garrigó)
Emocionados, pais diziam que encontro com filho foi como pegá-lo na maternidade. “Para a gente é como se ele tivesse nascido agora”. (Foto: João Garrigó)

Depois das noites mal dormidas, a família de Valentin vai começar 2012 com o melhor desejo do mundo “continuar com o meu filho”, completa Solange.

Caso - O menino Valentin mora com a família há oito meses em Sorriso, no Mato Grosso. A criança é filha do ex-marido de Solange com Grasielli. Segundo a mãe adotiva, depois de ver que o menino ficava entre a casa de um parente e de outro, ela resolveu adotar.

A história do sumiço do menino começou quando Valentim, pai biológico, ligou para Solange no sábado, pedindo que ela deixasse o filho passar algumas horas do Natal com Grasielli. Por dó e se sentir como mãe, Solange acabou levando o menino até a casa de Grasielli, no Residencial Azaleia, no final da tarde de domingo.

O combinado era que a criança voltasse para Solange na segunda-feira pela manhã, o que não aconteceu. Grasielli não atendeu mais aos telefones da família adotiva e saiu de casa com a criança.

As duas mães esperam agora decisão na Justiça da guarda de Valentin.

 Depois de 3 dias, pais adotivos conseguem na Justiça ter filho de volta
Nos siga no Google Notícias