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Capital

Despachantes protestam no Detran após repercussão da morte de Erlon

Aliny Mary Dias e Graziela Rezende | 28/04/2014 10:01
Presidente do sindicato reclama de repercussão do caso (Foto: Marcelo Victor)
Presidente do sindicato reclama de repercussão do caso (Foto: Marcelo Victor)

As investigações policiais em busca de detalhes que solucionem o crime que matou o empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, 32 anos, refletiram no trabalho de profissionais que atuam como despachantes. Em razão de fraudes envolvendo o emplacamento do Golf de Erlon, o Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) suspendeu uma parceria com o Sindicato dos Despachantes do Estado e revolta profissionais da categoria.

Na manhã desta segunda-feira (28), dezenas de despachantes se reuniram no Detran para protesto contra a atitude do órgão. O Detran não recebeu os manifestantes e eles foram proibidos de realizar o protesto dentro do órgão.

O presidente do sindicato, Carlos Queiroz de Almeida, explica que todo a semana, aos sábados, cerca de 200 veículos são emplacados na sede do sindicato com a presença de um funcionário do Detran. A parceria que funciona em formato de mutirão tem o objetivo de agilizar os procedimentos e diminuir a longa fila de espera para emplacamento no Detran.

O problema apareceu neste último sábado (26) quando a parceria foi suspensa e o Detran informou que está realizando ajustes técnicos e que a integração estava suspensa, pelo menos por enquanto.

“É tudo legalizado e passa por vistoria, mas com o caso do Erlon, o Detran proibiu o emplacamento no sindicato e estamos prejudicados. Todos estão achando que a culpa disso é nossa, mas o problema foi dentro do Detran”, diz.

O problema citado por Carlos, conforme as investigações, foi um desvio e sumiço da placa nova placa emitida pelo órgão por parte de algum servidor. “Ela saiu legalizada e com o lacre, alguém levou até a funilaria e colocou no carro. Não teve fraude envolvendo despachante”, diz.

E agora? Além do rompimento da parceria com o Detran, muitas pessoas deixaram de procurar os despachantes para fazer os trabalhos. Fabrício Gomes dos Santos trabalha há 14 anos no ramo e diz que só no período de 3 horas da manhã de hoje, ele deixou de emplacar cinco novos carros.

“Nunca passei por isso e nós vivemos da documentação, não podemos ser prejudicados por conta de um caso que não temos a ver”, completa.

Uma sindicância foi aberta pelo Detran para apurar os procedimentos envolvendo a placa emitida e afixada no carro de Erlon. Até o momento, a apuração que corre em sigilo, não definiu punições ou apontou culpados.

Crime – Erlon saiu de casa às 14h da terça-feira (1°) para mostrar o veículo a um suposto cliente. O local combinado foi na avenida Interlagos, em frente a rotatória da Coca-cola, em Campo Grande. Ao chegar lá, um dos bandidos disse a ele que precisava mostrar o Golf a uma tia, para “fechar negócio”.

No entanto, poucos minutos após chegar à casa no bairro São Jorge da Lagoa, Erlon foi assassinado e o corpo enterrado em um fossa séptica.

Thiago Henrique Ribeiro, 21 anos, Rafael Diogo, o Tartaruga, 24 anos, Jefferson dos Santos Souza, 22 anos, estão presos e poderão ter uma condenação de aproximadamente 50 anos de prisão. A adolescente de 17 anos está apreendida na Unei (Unidade Educacional de Internação).

Já o funileiro Ataíde Pereira dos Santos, que pintou o carro roubado de branco, foi indiciado pelo crime de receptação. Ele chegou a ser preso, mas foi liberado após pagar fiança de R$ 2.896.

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