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Capital

Detento da Máxima denuncia más condições da prisão pelo WhatsApp

Redação | 24/10/2015 17:31
Imagem de esgoto a céu aberto no pátio do Presídio de Segurança Máxima enviada por um detento (Foto: direto da Máxima)
Imagem de esgoto a céu aberto no pátio do Presídio de Segurança Máxima enviada por um detento (Foto: direto da Máxima)

Um condenado a 26 anos de prisão por assalto a mão armada e tráfico de drogas, cumprindo pena no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, fez contato na manhã de hoje pelo aplicativo do WhatsApp com o Campo Grande News para denuncias as más condições da prisão e o descaso das autoridades que deveriam fiscalizar o sistema prisional.

O detento de 32 anos, não identificado, que está há mais de 10 anos no regime fechado, reclamou da situação precária da cela, que teria 21 presos, quando a capacidade seria somente para quatro. Até fez fotos com o celular e transmitiu para a redação pelo WhatsApp, em que mostra esgoto a céu aberto no pátio do presídio e “gambiarras”na parede do que seria o banheiro da cela.

Segundo o preso, as condições de violação dos direitos fundamentais é “gritante”, se for considerada o que determina a Constituição Federal. “Ninguém será submetido a condições desumano e degradante”, escreveu ele, referindo-se ao inciso III, do art. 5º, que trata dos direitos e garantias fundamentais.

Preso denuncia más condições das estruturas das celas da Máxima e falta de fiscalização dos órgãos do Sistema de Execução Penal (Foto: Direto da Máxima)
Preso denuncia más condições das estruturas das celas da Máxima e falta de fiscalização dos órgãos do Sistema de Execução Penal (Foto: Direto da Máxima)

Ele disse que teria muitos documentos com a esposa, que está fora, e poderia comprovar as denúncias. “A situação é desumano. Depois os policia diz que cometemos falta grave”, comentou o detento, que está há mais de dez anos preso, porque “inventaram uma tal de falta grave”, reclamou, dizendo que gostaria de denunciar todos os órgãos da execução penal por não fiscalizar o sistema.

Para o presidiário, a LEP (Lei de Execuções Penais) determina que os órgãos que compõe a execução penal (Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária; o Juízo da Execução; o Ministério Público; o Conselho Penitenciário; os Departamentos Penitenciários; o Patronato; o Conselho da Comunidade; a Defensoria Pública) devem fiscalizar a prisão para verificar as condições estruturais e dos presos. “No tempo que estou aqui nunca vi o juiz da execução e o promotor”, garantiu.

Conforme o preso, que passou alguns detalhes da rotina na Máxima, as celas são abertas as 8h30min para o banho de sol e são fechadas às 13h30. “Ninguém aguenta mais o calor”, contou, referindo-se ao período que permanecem dentro da cadeia.

O Campo Grande News tentou contato com a assessoria da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Prisional), mas ninguém atendeu os telefones, por não haver expediente no sábado.

Por mensagem do aplicativo WhatsApp preso reclama da superlotação das celas.
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