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Capital

Diretor quis expulsar vítima de abuso por “queimar filme” de escola, diz mãe

Aline dos Santos e Viviane Oliveira | 15/04/2014 11:00
Mulher conta que filha passou de vítima a culpada após violência sexual em escola. (Foto: Marcelo Victor)
Mulher conta que filha passou de vítima a culpada após violência sexual em escola. (Foto: Marcelo Victor)

A mãe de uma aluna de 14 anos, vítima de violência sexual na escola estadual Teotônio Vilela, relata que a filha seria expulsa do colégio após a divulgação de vídeo. O abuso foi em 9 de abril, e, no dia seguinte, a garota chegou em casa e contou que seria expulsa.

“Levei um susto porque era boa aluna e fui falar na sexta-feira com a direção”, relata a mulher de 33 anos. Mãe e filha foram hoje à Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) para prestar depoimento.

Na escola, o diretor mostrou o vídeo e, segundo a mulher, disse que aquilo “queimava o filme”. A mãe argumentou que a filha foi obrigada a fazer sexo oral em um dos garotos, enquanto outros dois olhavam. Eles ameaçaram dar uma surra na adolescente.

“O diretor falou que ela estava gostando e até sorrindo”, relata a mãe. Segundo a mulher, a filha passou de vítima a culpada pelo crime. Preocupada, ela conta que terá que mudar a menina de escola e bairro devido à repercussão das imagens que circularam por whatsapp .

Conforme a mulher, a filha já passou por outras situações de violência sexual. “Morei sei anos com uma pessoa que a violentou quando era menor”, diz. Dos sete filhos da mulher, quatro foram vítimas da situação. Na época, ela não registrou denúncia na Polícia.

Sobre o dia do abuso dentro de uma biblioteca em construção no pátio da escola, no bairro Universitária II, a mulher diz que a filha foi à tarde no colégio porque faz parte da fanfarra. A aluna estuda de manhã.

A adolescente relatou para a mãe que foi alertada por uma amiga de que um rapaz queria “ficar” com ela. Então, a menina foi até ele. No local, estavam os três adolescentes. Um deles teria avisado que queria “ficar”, mas não seria com abraço e beijo. Ele mencionou o sexo oral. “Ela falou que não faria. Então, eles falaram que dariam uma surra”, diz a mãe. A garota percebeu o celular e quem filmava disse que estava mandando mensagem.

“Ela chegou em casa umas 17h e foi direto para o banheiro. Escovou os dentes várias vezes”, conta a mulher. Mas a adolescente só revelou a situação para a mãe no dia seguinte, depois que foi informada que seria expulsa.

Segundo a SED (Secretaria Estadual de Educação), foi aberta sindicância sobre o caso. A assessoria de imprensa da secretaria informa que a adolescente não seria expulsa. Serão ouvidos pais, Conselho Tutelar e direção.

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