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Capital

Dois homicídios em 1 mês assustam e moradores reclamam de fama ruim

Quem realizou o sonho da casa própria, vive pesadelo de ter imóvel invadido e furtado, de ser assaltado ou pior, relata moradora

Anahi Zurutuza e Ronie Cruz | 11/06/2019 10:25
Grade de ferro na entrada do apartamento onde Érica, vítima de feminicídio, vivia com os filhos; vários  apartamentos tem o reforço na segurança da entrada (Foto: Ronie Cruz)
Grade de ferro na entrada do apartamento onde Érica, vítima de feminicídio, vivia com os filhos; vários apartamentos tem o reforço na segurança da entrada (Foto: Ronie Cruz)

Em menos de 30 dias e a poucos metros do apartamento onde Érica Aguilar Pereira, 39 anos, foi assassinada nesta madrugada, o motorista de aplicativo Rafael Baron, de 24 anos, foi morto a tiros pelo foragido do sistema prisional Igor César de Lima de Oliveira, de 22 anos. Moradores dizem estar assustados com tantos crimes e com a falta de segurança no Condomínio Reinaldo Busaneli, na região do Residencial Ramez Tebet, no sul de Campo Grande.

Quem realizou o sonho da casa própria, vive pesadelo de ter casa invadida e furtada, de ser assaltado ou pior, relata moradora.

Érica tentou se proteger de ladrões. Além da porta de madeira, a entrada da do apartamento onde vivia com os filhos tinha grade de ferro, como vários outras unidades do condomínio. Ela, contudo, não conseguiu se livrar do namorado e nesta madrugada, foi morta a sangue frio.

Vizinhos sabem que equipamentos de segurança e nem ninguém poderia impedir a morte de Érica, mas acreditam que se as 44 câmeras instaladas pelos corredores e área externa, teriam mais tranquilidade. “Se essas câmeras tivessem funcionando, poderia inibir essa violência aqui dentro”, afirma moradora, de 26 anos, que pediu para ter a identidade preservada.

Câmeras instaladas na área externa do condomínio não funcionam (Foto: Ronie Cruz)
Câmeras instaladas na área externa do condomínio não funcionam (Foto: Ronie Cruz)

A vizinha, de 31 anos, concorda. “A falta de segurança é total. Aí na frente tem muito assalto. Ficou uma bagunça. As pessoas meio que se revoltaram, não pagam o condomínio e o condomínio não evolui”.

A dona de casa reclama da fama do conjunto residencial. “Agora estão colocando portão na frente, mas a tela dos fundos está furada. Essas coisas desvalorizam o lugar, fica um condomínio mal visto”.

Para outra entrevista, que também pediu para ter a identidade preservada, moradores perderam a confiança de morar ali. “O sonho da casa própria está virando um pesadelo”.

A síndica Cleonice da Silva Dias diz entender a reclamação dos moradores, mas diz que quase nada pode fazer diante da inadimplência com a taxa de condomínio, hoje em R$ 756 mil. “Tem 1 ano que assumi [a administração]. Se não tivesse inadimplência, tinha mais melhorias”.

Ela adiantou que pretende contratar segurança para a portaria e que das 44 câmeras, 16 serão colocadas em funcionamento por enquanto.

Érica Aguilar, morta nesta madrugada, posa para foto (Foto: Facebook/Reprodução)
Érica Aguilar, morta nesta madrugada, posa para foto (Foto: Facebook/Reprodução)
Rafael Baron, assassinado no dia 13 de maio, posa para foto (Foto: Facebook/Reprodução)
Rafael Baron, assassinado no dia 13 de maio, posa para foto (Foto: Facebook/Reprodução)

Os crimes – Érica foi morta na madrugada desta terça-feira. O principal suspeito é o namorado dela, que teria tentando estrangular a filha da vítima, de 14 anos, antes de fugir.

No dia 13 de maio, Rafael Baron foi morto a tiros logo após corrida. Segundo a Polícia Civil, o assassino teria ficado com ciúmes, somente porque o rapaz conversava com a esposa do suspeito durante o trajeto e fez três perguntas.

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