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Capital

Edson conheceu Hélio na rua, tentou ajudá-lo, mas não deu tempo

Horas antes de embarcar para encontrar os familiares em Presidente Epitácio (SP), morador de rua foi achado em obra

Viviane Oliveira e Fernanda Palheta | 19/12/2019 12:29
Edson conheceu Hélio na rua, tentou ajudá-lo, mas não deu tempo
Edson mostra a passagem comprada para o amigo retornar para a casa (Foto: Marcos Maluf)

O embarque seria às 19h de ontem (18). Já estava tudo certo. Edson havia comprado a passagem para Hélio Pereira Alves, 43 anos, que conheceu na rua, finalmente voltar para a casa e encontrar os familiares, em Presidente Epitácio, interior de São Paulo. Como Hélio não apareceu no encontro para a entrega, Edson resolveu ir atrás do amigo, na obra parada do Centro de Belas Artes, no Bairro Cabreúva. Lá, em um dos cômodos abandonado, encontrou Hélio, morto, próximo a manchas de sangue. 

À reportagem, Edson Augusto Zanatto, 53 anos, contou que Hélio vivia em situação de rua e o conheceu há 3 meses, na região da Orla Morena. "Estava na casa do meu pai, quando ele pediu um prato de comida. Eu, então, o convidei para entrar e comer na varanda de casa. Aparentemente era uma pessoa tranquila e desde então passei a ajudá-lo", disse. 

Hélio comentou que tinha família no interior de São Paulo, para onde queria retornar. Ele não falava muito sobre a sua vida, só chegou a comentar que havia cumprido pena de 21 anos, mas não entrou em detalhes. "Como ele havia perdido a documentação, tivemos que registrar boletim de ocorrência de extravio para providenciar outro documento de identidade para, na sequência, comprar a passagem dele, explicou.

Edson conheceu Hélio na rua, tentou ajudá-lo, mas não deu tempo
Edson mostra o local onde o amigo vivia nos últimos meses (Foto: Marcos Maluf)

Depois de tudo pronto, Edson e outra vizinha conseguiram comprar a passagem, que custou R$ 75. A viagem foi marcada para às 19h de ontem. "Marquei com ele às 17h. Iria levá-lo até a rodoviária. Como estava demorando para chegar fui atrás dele e acabei o encontrando morto", relatou. Edson suspeita que Hélio sofria de tuberculose, a última semana teve febre e era muito magro.

Apesar de o caso ter sido registrado como morte a esclarecer na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro, não foi encontrado vestígios de violência. O corpo foi levado ao Imol (Instituto Médico Odontológico Legal) para exame necroscópico e aguarda liberação da família. Hélio era natural de Cambará (PR). Os moradores da região tentam encontrar a família dele. A única coisa que sabem é que a ex-mulher dele chama Lorraine.

Conforme uma gerente de conveniência localizada na região, Hélio era educado e simpático. Ia sempre no comércio comprar cigarros e chegou a comentar que era alcoólatra, mas havia parado de beber. Outra moradora afirmou que dava leite para Hélio tomar com remédio. "Acho que ele tinha pneumonia", lamentou.

Assista, abaixo, ao vídeo do local onde Hélio vivia

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