Em 2 meses, moradores de residencial acumulam dívida de R$ 19,6 mil
Moradores reclamam da gestão de síndica do Residencial Rui Pimentel I e da cobrança abusiva do advogado da empresa
Em apenas dois meses, moradores do Residencial Pimentel I, no Jardim Centro-Oeste, acumularam dívida de R$ 19,6 mil, decorrente de despesas com manutenção de segurança e serviços de limpeza. Eles questionam os contratos firmados com duas empresas e a conduta da síndica.
O residencial com 124 casas foi entregue no dia 7 de outubro deste ano. A maioria dos novos moradores é remanescente do grupo que morava no Cidade de Deus.
Pelo menos vinte moradores se revezaram para contar o problema que teria começado no dia da entrega das casas, quando a síndica foi escolhida de lista de sete nomes.
A mulher, identificada por eles apenas como Angélica, teria dito a eles que teve que assinar, orientada pela Emha (Agência Municipal de Habitação), quatro contratos com duas empresas prestadores de serviço naquele mesmo dia, mesmo sem conta bancária ou CNPJ do residencial.
Desde que se mudaram, os moradores dizem que começaram a arcar com contas de serviço de manutenção de portão (sensor e motor), limpeza, instalação de câmeras de segurança e segurança.
A conta mínima de R$ 80 da prestação da parcela foi acrescida de taxa de condomínio de R$ 55. O dinheiro seria destinado a pagar os serviços prestados pela DL, nome fantasia de empresa em nome de Dayane Lemes de Oliveira.
Desde que os serviços foram prestados, os moradores disseram que não tiveram acesso aos pagamentos.
Também reclamam da manutenção. Um exemplo é o sensor do portão, que foi consertado duas vezes no mesmo dia; em outro caso, um morador pagou pelo conserto do sensor, já que ele havia causado o estrago, mas essa conta foi cobrada de todos.
"Está tudo superfaturado com cobrança dobrada e por serviço que a gente não tem; pedimos pra ver o contrato e disseram que não tem", acusa a dona de casa Aurineide Graciano, 37 anos.
Eles dizem que não tinham experiência de moradia organizada e, por isso, não sabiam que a prestação de contas deveria ser feita em assembleia, orientação que foi dada pela Emha recentemente, segundo eles. Somente há poucos dias que Angélica apresentou as notas, todas emitidas no dia 20 de dezembro.
O grupo reclama da cobrança que está sendo feita por advogado, que não deu o nome e disse representar a DL. A dona de casa Ivanise Arruda, 34 anos, diz que muitos não têm condições de arcar com a despesa recorrente. “Tem pessoas que chegaram e não tinham nem colchão, nem o que comer, a gente precisou se organizar para ajudar. A gente se sente lesado, humilhado, ele chamou a gente de pobre”, lembrou.
A conta chegaria a R$ 19,675 mil. Em caixa, os moradores dizem que Angélica comprovou que há R$ 10 mil. O advogado teria dito que o ideal é que eles paguem a conta com esse dinheiro e parcelem o resto da dívida.
A reportagem entrou em contato com Angélica pelo número fornecido pelos moradores, mas ela não retornou às ligações. Também tentou entrou em contato com Dayane Leme, mas os telefones disponíveis como de cadastro da empresa e celular constaram como inexistentes.
A reportagem enviou questionamento para a Emha e aguarda retorno.