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Capital

Em choque, filho de policial repete que "bandido matou meu pai"

Cunhado de policial conta que conversou com Antônio Marcos uma hora antes da morte sobre compra de tintas para casa em Coxim

Silvia Frias | 10/06/2020 17:09
Antônio Marcos Roque estava há 14 anos na Polícia Civil (Foto: Reprodução)
Antônio Marcos Roque estava há 14 anos na Polícia Civil (Foto: Reprodução)

Uma hora antes de ser assassinado com tiro na nuca, o policial civil Antônio Marcos Roque da Silva, 39 anos, conversava com o cunhado sobre o orçamento de tintas para pintura da casa em Coxim, a 260 quilômetros de Campo Grande, para onde voltaria, depois de 15 meses de moradia na Capital.

Agora, a família ainda está absorvendo o choque da morte brutal de Marcos, executado durante investigação policial. O cunhado, Jhones Barbosa Gomes, 32 anos, conta que o filho do policial, de 5 anos, é um dos mais abalados. A todo momento, diz: “Meu pai morreu, foi o bandido que matou”.

Os planos do retorno foram interrompidos durante investigação do roubo a joalheira ocorrido no dia 21 de maio, na Avenida Calógeras. Marcos e o colega, Jorge Silva dos Santos, 50 anos, foram mortos pelo vigilante Ozeias Silveira Morais, 45 anos, que estava sendo levado na condição de testemunha à delegacia. Por isso, não foi algemado, nem revistado e entrou no carro com arma, guardada na pochete.

Marcos durante treinamento da Polícia Civil (Foto/Reprodução)
Marcos durante treinamento da Polícia Civil (Foto/Reprodução)

O cunhado do policial, o servidor Jhones Barbosa Gomes, 32 anos, disse que estava auxiliando no retorno de Marcos para Coxim.

Em fevereiro de 2018 o policial havia sido transferido para Campo Grande, onde trabalhou na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Relacionados à Atividade Executiva de Trânsito e, mais recentemente, na Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).

Jhones disse que a família não se adaptou a Campo Grande e a distância dos avós dificultou ainda mais a situação. Na semana passada, Marcos pediu transferência para Campo Grande, alteração que seria publicada ainda esta semana no Diário Oficial de Campo Grande.

Jhones está casado com Vanessa há 13 anos e conhecia Marcos há pelo menos 12 anos. “Pessoa íntegra, que se preocupava com a família, era de opinião forte”. A última lembrança era a do almoço de domingo, com todos reunidos.

A esposa de Marcos, Jucilene e a mãe dele, Fátima estão em choque, segundo Jhones. Os filhos do casal, de 7 anos e 5 anos, foram comunicados do que aconteceu, mas a família não conseguiu poupá-los de detalhes que acabaram ouvindo. Essas informações abalaram principalmente o menor, de 5 anos. “Ele fica falando que vai conversar com o pai quando ele chegar em casa à noite”. Depois, fica repetindo: “são dois bandidos, duas armas, os bandidos vão atirar na cabeça dele”.

Embora ainda seja muito cedo para alguma resolução, Jhones acredita que a família irá voltar em definitivo para Coxim. “Não tem possibilidade de ficar em Campo Grande”.

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