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Capital

Em favela, famílias enfrentam chuva e frio à espera da casa nova

Zana Zaidan e Caroline Maldonado | 01/05/2014 16:31
Vala conteve enxurrada, que não invadiu as casas na chuva de hoje (Foto: Marcos Ermínio)
Vala conteve enxurrada, que não invadiu as casas na chuva de hoje (Foto: Marcos Ermínio)

Os dias de frio e chuva reacendem a esperança das famílias da favela da Portelinha, na zona norte, de poder trocar os barracos e morar em uma casa de verdade. Dias chuvosos como o de hoje (1°) trazem a lembrança de episódios anteriores, quando os moradores tiveram as moradias invadidas pela água e perderam tudo.

“Nossa esperança é que eles tenham dó e entreguem logo, antes do frio. Queremos saber quando vão socorrer a gente, porque o que precisamos aqui é de ajuda”, pede o pedreiro Paulo Pereira de Souza, pedreiro, 53 anos.

Bem perto, na mesma rua da favela, 313 casas populares são construídas, mas a data de entrega do “Conjunto Residencial Ary Abussafi Gregório Correa” ainda é uma incógnita. Uma placa informa a conclusão da obra para março deste ano. Dois meses depois, com as unidades em fase de acabamento, o dia da inauguraão é incerto.

Sonia e o marido Paulo fazem planos para a casa nova (Foto: Marcos Erminio)
Sonia e o marido Paulo fazem planos para a casa nova (Foto: Marcos Erminio)
Do outro lado da favela, moradores sonham com a casa nova (Foto: Marcos Ermínio)
Do outro lado da favela, moradores sonham com a casa nova (Foto: Marcos Ermínio)

Enquanto as casas não chegam, os moradores vão ser virando para conter a força da água que, em outros dias de chuva, deixou um rastro de destruição. No temporal de hoje, que atingiu 66% do previsto para o mês de maio, e derrubou a temperatura para 15ºC, uma valeta improvisada fez as vezes de salvadora e foi suficiente para impedir prejuízos. Desta vez, a água ficou do lado de fora, e a enxurrada passava entre as casas.

“Aproveitamos um trator que trabalhava na obra e pedimos para abrir”, explica Paulo.

Por outro lado, a lembrança da última chuva forte, em fevereiro do ano passado, reforça a urgência em sair da favela. “Quase todos os barracos foram inundados. Perdemos móveis, TV, ventilador, tudo que a gente tinha, e já era pouco”, conta Eudes Silva, 62 anos.

Dona de casa, Sonia Regina, 50 anos, já faz planos para quando a casa nova for entregue. “Vai mudar muita coisa por aqui. Da forma que estamos, não dá para comprar nova, ter um fogão, uma geladeira decente, um guarda-roupa novo. Com uma casa de verdade, vamos ter condições de comprar, sem medo de perder tudo”, diz esperançosa.

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