Em unidade de saúde, espera por vacina contra gripe chega a 4 horas

Com atraso de cerca de quatro horas, as doses de vacina contra gripe foram entregues na UBSF (Unidade Básica de Saúde Familiar) no bairro Ana Maria do Couto, hoje, no início da segunda etapa da terceira fase da campanha nacional. Teve quem chegasse cedo e resistido à longa espera para garantir a imunização.

Na fase iniciada hoje e prevista para ser encerrada no dia 5 de junho devem ser imunizados professores das redes privadas e adultos de 55 a 59 anos.

A meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada um dos grupos prioritários. Na semana passada, o público alvo eram as crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes, puérperas (mães até o 45º dia do pós-parto).

A funcionária pública Eliane Rosane Gomes Lopes, 55 anos, chegou às 6h55 na UBSF do bairro Ana Maria do Couto e foi informada que as doses não estavam na unidade. “Falaram para gente que está sem geladeira aqui”.

Eliane entrou em contato com outras amigas que estavam em busca de vacina na região. “Diz que não tinha no Silvia Regina, no Jardim Aeroporto”, disse, contando que por causa do problema, viu muita gente desistir da vacina. “Tinha uns 50 aqui, pessoal foi embora”.

A reportagem apurou no local que, por conta da falta da geladeira, as doses são levadas no fim do dia para local refrigerado e devolvidas para retorno da vacinação no dia seguinte.

A servidora foi acompanhada de amiga, a podóloga Elaine Regina, 55 anos e estava para ir embora quando as vacinas chegaram, fato presenciado pela reportagem.

A equipe da Sesau chegou com a caixa térmica às 11h05. O funcionário que fez o transporte não quis falar com a imprensa.

A assessoria da Sesau informou que esse recolhimento é feito por questão de segurança e para evitar perdas, por conta da oscilação da temperatura da caixa térmica. Sobre a falta de vacina nas unidades do Jardim Aeroporto e no Silvia Regina, diz que houve “problemas pontuais”.

Tumulto – Em outras unidades de saúde, tinha vacina, mas a procura foi baixa. No CRS (Centro Regional de Saúde) do bairro Aero Rancho, o aposentado Alexandre Martins, 64 anos, levou o neto, Alexandre, de um ano e nove meses para ser vacinado. Ele diz que preferiu esperar passar a data prevista no calendário para evitar possível aglomeração, principalmente em tempos de prevenção da covid-19.

Quem também adiou a ida à unidade de saúde foi operadora de caixa Jaqueline Gonçalves, 29 anos, que estava com a filha Isabela, de 3 anos. “Trago todo ano, sem falta”.

No CRS Tiradentes, outras duas mães usaram a mesma tática e aproveitaram o movimento fraco. A enfermeira Camila Romero Brito, 29 anos, estava com o filho Rafael, de 1 anos. Com poucas pessoas na fila, conseguiu garantir o distanciamento necessário. "Estou tomando todo cuidado, vim porque era preciso”.

A auxiliar de atendimento Adriana Andrade de Souza, 29 anos, disse que não deixa de vacinar o filho de seis anos “Ele tem asma, ano passado tomou e foi época tranquila para ele”. embora receosa, resolveu sair de casa, usando máscara e aguardou o quanto pode na calçada, até ter que entrar no saguão da unidade.