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Capital

Emoção marca enterro da desembargadora Marilza Lúcia Fortes

Helton Verão e Luciana Brazil | 21/09/2012 15:01

Familiares, amigos e autoridades exaltam a vida e carreira: Batalhadora

Muita emoção debaixo de chuva no enterro (Foto: Simão Nogueira)
Muita emoção debaixo de chuva no enterro (Foto: Simão Nogueira)

Foi enterrado no início da tarde desta sexta-feira (21), no cemitério Santo Antonio, o corpo da desembargadora Marilza Lúcia Fortes, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Aos 66 anos, ela faleceu nesta quinta-feira, após lutar por muito tempo contra o câncer, que se iniciou nas mamas e atingiu outros órgãos.

Debaixo de chuva, familiares, amigos, autoridades, marcaram presença no enterro e homenagearam a desembargadora. Mais de 30 coroas de flores foram colocadas sobre o caixão, entre elas uma representando o governador do Estado, André Puccinelli e a primeira dama Beth Puccinelli.

“Ela foi uma magistrada exemplar. Transmitindo os bons ensinamentos através das sentenças e do bom relacionamento que mantinha com os outros. Prestou grande serviço ao Estado, essa lição vai ficar, permanecer para sempre”, exaltou o secretario da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), Wantuir Jacini.

Rubens Bergonzi Bossay lamentou muito o falecimento da desembargadora (Foto: Simão Nogueira)
Rubens Bergonzi Bossay lamentou muito o falecimento da desembargadora (Foto: Simão Nogueira)

O amigo e desembargador Rubens Bergonzi Bossay, ressaltou o perfil da profissional e amiga, e lamentou muito durante o cerimonial. “Ela era uma lutadora, sempre muito consciente dos problemas sociais, sempre atenta ao principio da justiça. Fazia justiça pensando no social. Pensando em dar exemplo. Ela nunca se afastou dos princípios éticos e vai fazer muita falta, tanto para os juízes como para o Estado”.

Muitos amigos dos filhos marcaram presença também ao velório e a relação com os jovens foi exaltada como excelente.

“Sempre batalhadora, chegou a esse patamar com humildade. Um exemplo de mulher, conviveu com a doença durante 20 anos. Cativava os jovens, tinha carisma, e era receptiva com os amigos dos filhos”, ressaltou o advogado Flávio Barros, de 35 anos, amigo do filho de Marilza.

Outra amiga que não quis identificar, lembrou da trajetória de vida de Marilza Lúcia, que ficou viúva há muito tempo atrás e soube conduzir muito bem os filhos. “Diziam que ela era muito austera. Ela tinha uma mão de ferro e abençoada, era doce e amiga”, finalizou.

Durante o percurso até o cemitério, o veículo que levou o caixão foi cortejado e escoltado em sinal de homenagem por quatro motos e um carro da Ciptran (Companhia Independente de Polícia de Trânsito), uma viatura do Corpo de Bombeiros e outra do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros).

Carreira - Marilza Lúcia Fortes foi a terceira mulher desembargadora do TJMS. Ela ingressou na magistratura em setembro de 1980 e desde março de 2006 ocupava um assento no TJMS.

Desde que entrou na magistratura até a posse no Tribunal, Marilza atuou como juíza auditora da Justiça Militar. Em dezembro de 2005, ela foi empossada presidente da Associação dos Magistrados das Justiças Militares Estaduais, sendo a segunda mulher e a primeira magistrada de MS a assumir a cadeira da presidência da Associação, desde sua criação, em 1985.

Sobre o fato de ser a terceira mulher a ocupar um dos mais altos cargos do Judiciário Sul-mato-grossense, ela interpretou o fato como uma conquista feminina. “Com o atual quadro de mulheres na judicatura de MS, creio que mais seguirão meu exemplo e da Des. Tânia em um espaço de tempo menor”, disse ela pouco antes da posse.

Em abril de 2004, a juíza recebeu o título de cidadã sul-mato-grossense por, entre tantas lutas, ter sido a primeira juíza auditora do Estado, a primeira coordenadora do curso de Direito da Faculdade de Direito de Campo Grande e ocupou o primeiro cargo de chefe de Departamento Jurídico do Sistema Penitenciário.

Depois de tantos anos à frente da Auditoria Militar, na Capital, Marilza ficou conhecida como mão dura pelos policiais.

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