ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 30º

Capital

Entregador conta com ex-mulher para provar inocência de assassinato

Renan Nucci | 10/09/2014 09:41
Entregador de gás afirma que não matou jovem com barra de ferro. (Foto: Renan Nucci)
Entregador de gás afirma que não matou jovem com barra de ferro. (Foto: Renan Nucci)

Durante julgamento que está sendo realizado na manhã desta quarta-feira (10), na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alexandre Ribeiro dos Santos, acusado de usar uma barra de ferro para matar Fábio Montania, no Jardim Aeroporto, diz que foi induzido a confessar o crime, temendo pela segurança de seus três filhos.

Ele que trabalha como entregador de gás, negou as acusações e disse que só “assinou” o boletim de ocorrência porque temeu que seria preso em flagrante e por causa disso, seus três filhos seriam levados para um abrigo.

Consta nos autos, que no dia 26 de maio de 2009, ele teria assassinado Fábio com uma barra de ferro, na Rua Navios Negreiros. O motivo seria porque a vítima foi flagrada tentando furtar alguma coisa do caminhão de Alexandre, que também é conhecido como “Calango”.

A ex-mulher, com quem ele foi casado por nove anos e teve três filhos, disse em juízo que o homem é inocente. No depoimento ela destacou que Fábio era um jovem complicado e tinha problemas com os moradores da região, pois era usuário de drogas e vivia nas ruas, cometendo pequenos furtos.

Ela afirma que na noite do crime estava em casa, com o ex-marido. “A gente estava em casa, preparando para dormir, pois Alexandre sempre saía bem cedo para trabalhar, quando ouvimos uns barulhos vindos da rua. Ali é um lugar perigoso e direto a gente ouve gritaria, confusão. Naquele dia, achamos que não fosse nada e nem saímos para verificar”, contou ela, lembrando que no dia seguinte o marido foi para o trabalho, como de costume.

“Ele foi fazer as entregas dele e eu fui para o meu trabalho. De tarde, quando voltei para a casa, minha mãe disse vizinhos estavam afirmando que Alexandre matou Fábio. Eu esperei ele chegar, contei a história e fomos na casa do Fábio, ali naquela mesma região, para explicar que isso era boato e que Alexandre não tinha nada a ver com a história”, relatou.

Na oportunidade que teve para falar durante o julgamento, o entregador reforçou a declaração da mulher e destacou que nem conhecia o Fábio. “Eu nem sabia quem era, fui descobrir depois do caso”, disse. Tempo depois do ocorrido, ainda em 2009, Alexandre e a esposa se separaram e ela ficou com os filhos. Passados alguns meses, a mulher teria batido em um dos filhos com certa violência, e o entregador denunciou o fato à polícia.

A ex-mulher perdeu a guarda e Alexandre ficou com as crianças. Por meio do boletim de ocorrência que ele registrou contra ela, os investigadores da morte de Fábio o encontraram e o intimaram.

“Na delegacia disseram que a culpa era minha e que minha mulher tinha mudado o depoimento. Ela nunca fez isso, mas eu preocupado, não sabia o que fazer. Me disseram que se eu assumisse, poderia responder em liberdade; se não assinasse naquele momento, eu seria levado para a prisão. Se eu fosse preso, meus filhos não teriam com quem ficar e iriam para uma abrigo. Temendo por isso, acabei assinando, acreditando que com o tempo as coisas fossem se resolver”, declarou.

A mulher, diante do juiz Aluízio Pereira dos Santos, fez questão de negar que alterou o depoimento e reafirmou que o ex-marido não tinha participação no crime. Ela falou que mesmo sendo denunciada por ele, não tinha motivos para culpá-lo, já que ele foi um pai presente e um bom marido, e que só se separam por motivos particulares.

Nos siga no Google Notícias