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Capital

Envolvidos na morte de mulheres no Tijuca trocam acusações durante depoimento

Francisco Júnior | 20/06/2011 13:45

Crime aconteceu em dezembro de 2010

Os três acusados do crime, Weber, Éder e Lorraine, aguardando para serem ouvidos pelo juiz. (Foto: Simão Nogueira)
Os três acusados do crime, Weber, Éder e Lorraine, aguardando para serem ouvidos pelo juiz. (Foto: Simão Nogueira)

Os quatros acusados pela morte das amigas Cláudia Araújo Mugnaine e de Regina Bueno França, em dezembro do ano passado, no Jardim Tijuca, em Campo Grande, prestaram depoimento nesta segunda-feira na 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Também prestaram depoimento uma testemunha de defesa e um perito criminal. Uma terceira testemunha, identificada pelo apelido de Robinho, não compareceu a audiência. O depoimento dele seria crucial para esclarecer questões sobre o crime.

Dos acusados, o primeiro a depor foi Cristian Rampagne Cassedo. Ele preferiu ficar em silêncio aos questionamentos feitos pelo juiz responsável pelo processo, Aluízio Pereira dos Santos.

O advogado de defesa de Cristian, Carlos Olimpio de Oliveira Neto, entrou com o pedido de análise de insanidade mental do seu cliente, alegando que o mesmo relata fatos da hora do crime que não condizem com a realidade.

O juiz, ao fazer breves perguntas ao acusado, indeferiu o pedido “justificando que Cristian confessou o crime com detalhes, cujas respostas eram de quem estava orientado no tempo e no espaço, e não de quem sofre de insanidade mental”.

Em seguida foi ouvido Weber de Sousa Barreto. Ele teria ajudado Cristian a matar as duas mulheres. No depoimento, o rapaz negou as acusações e afirmou que não sabia que elas seriam mortas. “Ele me disse que iria apenas dar um susto na Claudia”, relatou. Segundo o rapaz, ele foi até o local a mando de Eder Rampagne Cassedo, irmão de Cristian.

De acordo ele, Regina morreu porque estava “na hora errada e no local errado”. “A Regina morreu de gaiato. Ela chegou no momento em que Cristian estava falando com a Claudia”, relatou.

Ao ser questionado porque não interveio e impediu que as duas mulheres fossem mortas, Weber afirmou que foi um “covarde” e disse ainda desconhecer os motivos do crime. Ele considera Cristian louco.

Segundo Weber, após o crime Cristian ficou cheirando uma toalha com sangue e ficou pronunciando palavras esquisitas. “Ele ficava falando palavras estranhas agradecendo ao padrinho”, disse o rapaz, acreditando que ele estava agradecendo ao demônio.

Conforme as investigações, Weber foi quem matou Cláudia degolada.

Weber, em seu depoimento ao juiz, fez questão de deixar claro que Lorraine Rory Silva, outra acusada de ter envolvimento no crime, não tem participação nenhuma no homicídio. Conforme ele, a mulher estava sendo acusada injustamente por Éder, depois que Lorraine teria atrapalhado seu casamento.

Weber relatou também que Éder, mesmo preso, sempre fez ameaças contra ele e sua família. “Ele disse que iria matar eu e a minha família”, disse.

Éder Rampagne apontando por Cristian e Weber, como sendo o mandante do crime, foi o terceiro acusado a depor. Ele negou ter encomendado a morte das mulheres e disse que não as conhecia.

Porém, de acordo com o processo, ele teria mandado matar Claudia e Regina porque elas o teriam denunciado a policia, quando o mesmo estava foragido da Colônia Penal Agrícola de Campo Grande. No dia do crime, Éder estava preso e teria ordenado o crime pelo celular.

Éder responsabilizou o irmão pela morte de Regina e Weber pela de Cláudia. Segundo ele, Cristian sofre de problemas mentais e não saberia dizer o motivo que levou o irmão a cometer o crime.

Já com relação a Weber, ele disse que o rapaz tinha um problema com Cláudia, já que ele teve um relacionamento amoroso com ela e por conta disso o casamento dele ficou prejudicado.

Lorraine foi à última a depor. Apresentando estar nervosa, chorou ao relatar ao juiz que está sendo ameaçada de morte por Eder. “Ele disse que quando eu sair da cadeia vai me matar”, relatou.

Ela, que teve um caso amoroso com Eder, negou envolvimento no crime e afirmou que foi ele quem mandou matar as duas mulheres. Lorraine reafirmou o que foi dito por Weber, de que o motivo seria a denuncia feita por Cláudia e Regina contra Éder.

De acordo com a Lorraine, era para ela também ser morta por Cristian a mando de Eder. Ela trabalhava como manicure no salão de Cláudia.

Lorraine foi presa por ser acusada de ter ajudado no planejamento do duplo homicídio.

Esta foi a segunda audiência realizada na 2ª Vara do Tribunal do Júri sobre o crime.

Crime - Cláudia de Araújo Mugnaine, de 33 anos, e Regina Bueno França, de 40 anos, foram encontradas degoladas dentro da casa de Claudia, na Rua Maurício de Nassau, no Jardim Tijuca, no dia. O crime foi descoberto no dia 12 de dezembro de 2010.

As mulheres foram encontradas, uma em cada cômodo, com as mãos amarradas para trás e com um corte profundo no pescoço.

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