"Era ativo e lúcido", diz família de idoso morto atropelado por patrola
O acidente aconteceu na manhã de ontem (15), na Rua Durando Pereira da Silva, no Parque do Lageado
Aos 89 anos, Sebastião de Souza morreu atropelado por uma patrola que fazia obra de terraplenagem por empresa terceirizada pela prefeitura. O acidente aconteceu na manhã de ontem (15), na Rua Durando Pereira da Silva, no Parque do Lageado, em Campo Grande. “Ele era muito ativo, lúcido e não tinha nenhuma doença”, lamentou os familiares durante entrevista à reportagem nesta manhã.
Segundo a família, a vítima havia ido ao mercado, como de costume, comprar milho para as galinhas e ao retornar foi atropelado pelo maquinário que dava marcha à ré. A esposa de 82 anos aguardava a vítima já com o almoço pronto quando recebeu a notícia do acidente.
Sebastião foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à Santa Casa, mas não resistiu. Os familiares afirmam que a patrola não tinha retrovisor, nem sinal sonoro. O idoso, segundo relatos da família, foi arrastado por cerca de 5 metros. Eles alegam ainda que o motorista não tinha habilitação para conduzir o equipamento.
Casado por 66 anos com dona Maria, Sebastião deixou dez filhos, 40 netos, dez bisnetos e uma tataraneta. “Ele se cuidou tanto para não pegar o vírus da covid, mas acabou morrendo por causa de um irresponsável. Meu avô era muito inteligente, lúcido e era rotina dele andar pelo bairro”, lamentou uma das netas, Ane Karoline, 25 anos. Sebastião criava galinhas e cultivava uma horta.
Vinda de São Paulo para o velório do pai, Fátima Pereira de Souza, 51 anos, contou que o prazer do pai era estar com os netos, bisnetos. “Ele gostava da casa cheia, preparava a comida para aguardar os filhos. Era a alegria dele”, lamentou ao comentar sobre a tragédia.
A dona do mercado da região, Aparecida Vale, 53 anos, foi uma das últimas pessoas que viu Sebastião com vida. “Ele havia acabado de sair daqui. Era um cliente antigo, uma pessoa bastante sábia”, disse.
Segundo o neto da vítima, Jonathan Leandro Dantas, 32 anos, que trabalha na área de construção civil, no local onde a obra acontecia não tinha, cone, faixa ou qualquer outra coisa que sinalizasse a via. “O superior da empresa chegou a dizer que o motorista que dirigia o maquinário estava aprendendo. Como você leva uma pessoa para aprender num local onde tem mercado, bar e tem grande tráfego de pessoas? Esses erros custaram a vida do meu avô”, lamentou. O nome da empresa terceirizada não foi divulgado. A reportagem entrou em contato com a prefeitura e aguarda retorno.
