Ex-campeã de acidentes, Ceará já teve dias piores antes de reordenamento
Na rua confundida com avenida, redução de acidentes e conversões proibidas
Rua confundida com avenida, a Ceará passou por reordenações viárias, ganhou semáforos e teve redução de 84% dos acidentes. Com as melhorias nos últimos anos, o perigo, agora, parece se concentrar nas conversões proibidas.
As manobras à revelia do que é permitido provocam acidentes até mesmo em cruzamentos com semáforos. Em seus 3,5 quilômetros, a via, que já delimitou no passado o macroanel de Campo Grande, é componente do sistema de trânsito que liga as saídas de Três Lagoas e Cuiabá.
Na esquina com a Antônio Maria Coelho, a imprudência ocasiona acidentes. De acordo com a vendedora Maria Aparecida da Silva, 43 anos, que trabalha próximo ao local há 20 anos, o perigo são as conversões à esquerda. Ela conta que quem desce a Ceará entra “direto” na Antônio Maria Coelho. Para quem testemunha as batidas, sobra a tarefa de prestar socorro. “No mês passado, foi uma moça de moto. Ela cortou a cabeça. A gente que socorreu e chamou o bombeiro”, relata.
No cruzamento com a rua Maranhão, a conversão é permitida, mas provoca tumulto nos horários de pico. Para o balconista Ariley Pereira, 48 anos, a confluência das vias deveria ter semáforo para organizar o trânsito. Outro ponto é o excesso de velocidade. “Entram correndo demais”, diz.
Para o empresário Cedenilson Coelho, 48 anos, as mudanças na via trouxeram resultados. “Parou um pouco os acidentes”, diz. Desde 2009, foram instalados novos semáforos, proibido estacionamento para dar fluidez e vetadas conversões em algumas esquinas. Dessa forma, o condutor faz o laço de quadra, com utilização de vias de acesso.


De acordo com as estatísticas do Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito), foram 25 acidentes entre janeiro e novembro do ano passado. Em 2014, o total foi de 160 acidentes, sendo o mês de fevereiro o com mais ocorrências: 22. O retrospecto aponta que em 2013, a Ceará contabilizou 183 acidentes. Em 2012, foram 214. Já no ano de 2011, o total foi de 249 acidentes.
Pela rua, buracos isolados são complicadores para o tráfego, mas a situação é bem melhor do que a realidade de outras vias de Campo Grande. O grande fluxo ocasiona lentidão nos horários de pico e nas imediações da Uniderp.
Na sua maioria, os pontos de ônibus são cobertos e com bancos. Mas ainda é possível encontrar um típico ponto de parada do transporte coletivo. No caso, o poste laranjado com a inscrição ônibus serve para pendurar um cestinho de lixo. Que pelo volume de descartes, é bastante utilizado.
Ao longo da Ceará, os imóveis comerciais predominam no cenário, que ainda tem condomínios e uma cachoeira. No entorno da queda-d'água, a chuva de dezembro de 2009 abriu uma cratera que engoliu toda a via. Por quase um ano, o local ficou interditado. Na rua, a tragédia, ultimamente, vem de um motivo improvável: o viaduto na Afonso Pena é o ponto de partida para os suicidas que saltam para a morte na Ceará.
Nas ruas – O Campo Grande News faz série de matérias mostrando a situação de ruas e avenidas da cidade. As escolhidas foram algumas entre as de maior fluxo, por onde circula boa parcela dos campo-grandenses

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