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Capital

Ex-usuário alega que estava sob efeito de drogas quando matou professora

Viviane Oliveira | 16/12/2013 11:40
Evandro (de camisa roxa) durante Júri Popular. (Foto: Marcos Ermínio)
Evandro (de camisa roxa) durante Júri Popular. (Foto: Marcos Ermínio)

O ex-usuário de drogas Evandro José Barbosa, 35 anos, disse que estava sob efeito de drogas e transtornado quando matou a professora Zilca Fernandes Marques, 46. O depoimento foi no Fórum, no Tribunal do Júri, em Campo Grande, durante julgamento que começou às 8h desta segunda-feira (16). Zilca foi morta pelo marido com 11 facadas no dia 20 de agosto do ano passado no bairro Chácara dos Poderes.

Muito emocionada, Mirian Priscilla Fernandes, filha da vítima, que acompanha o julgamento junto com outros familiares, contou que a mãe morou durante 8 meses com Evandro e que ele aparentava ser uma pessoa calma. Os familiares de Zilca sabia que Evandro tinha problemas com drogas, mas ele dizia que estava recuperado.

Para tentar diminuir a pena, o advogado de defesa, Marcos Ivan, alega que Evandro estava sob o efeito de drogas e não sabia o que estava fazendo no momento do crime. Se caso Evandro for condenado hoje, o advogado vai recorrer no Tribunal de Justiça.

Evandro foi denunciado por homicídio qualificado por motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. A estratégia da defesa é retirar as qualificadoras e transformar o crime em homicídio simples dizendo que seu cliente é inimputável, sofre de doença mental por conta da droga.

O que é contestado pela família da professora. “Nós queremos justiça e pena máxima. Existem elementos suficientes que demonstram a crueldade e a frieza dele, além dele saber o que estava fazendo”, conta Mirian com os olhos lacrimejando.

Ontem (15), os parentes, amigos e ex-alunos de Zilca foram às ruas protestar e pedir por justiça. Eles querem que Evandro seja condenado com a pena máxima. “Ele deu 11 facadas nela, quatro foram pelas costas”, afirma Gentil Fernandes Marquês, 50 anos, irmão da vítima.

Durante depoimento das testemunhas de defesa, arroladas pelo advogado do réu, a psicóloga, Sheila Cruz, que já teve contato com Evandro durante uma sessão, disse que o réu tinha entendimento, no entanto, não conseguia segurar o impulso que era mais forte do que a capacidade de se conter. “Por conta da droga ele estava parcialmente incapaz de se determinar”.

Contraditório. Foi assim o depoimento de Evandro, que disse com clareza como havia cometido o crime, mas quando percebia que seria prejudicado, logo tratava de dizer que não se recordava de mais nada, pois estava drogado. Ele matou a professora depois de uma discussão. Após o crime, Evandro conta que colocou um cobertor no corpo para a esposa não sentir frio, tomou banho para tirar as roupas sujas de sangue, pegou um carro e foi buscar mais drogas. Ele termina o depoimento dizendo que amava Zilca. 

Além da droga, a defesa alega que Evandro estava tomando remédio para emagrecer e fazendo tratamento contra as drogas, o que podem ter efeitos colaterais se misturados. Segundo o advogado no dia do crime, Evandro estava sob efeito de pasta-base de cocaína e crack. 

O resultado do júri, presidido pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara, deve sair no final da tarde.

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