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Capital

Exército deixa obra após atrasos e prefeitura vai licitar corredor sudoeste

Prefeitura pretende licitar em fevereiro obras na avenida Bandeirantes e em trechos da Marechal Deodoro e Gunter Hans; Exército vai concluir serviços na rua Brilhante

Humberto Marques | 16/01/2018 18:24
Licitação de reparos na avenida Bandeirantes deve ser realizado em fevereiro, segundo Rudi Fiorese. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Licitação de reparos na avenida Bandeirantes deve ser realizado em fevereiro, segundo Rudi Fiorese. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

Alvos de críticas de comerciantes e moradores por conta da demora em sua conclusão pelo Exército Brasileiro, as obras do corredor sudoeste de transporte coletivo serão repassadas à iniciativa privada. Em nota divulgada na tarde desta terça-feira (16), a assessoria da Prefeitura de Campo Grande informa que a medida visa a acelerar a implantação do projeto de mobilidade urbana, lançado em 2012 e efetivamente iniciado em 2016.

A intenção, agora, é dividir o corredor sudoeste em três lotes e realizar a licitação. O secretário municipal de Infraestrutura, Rudi Fiorese, afirmou que a reprogramação da obra foi feita em comum acordo com o Exército. A programação original previa o término da obra em fevereiro de 2019.

O CMO (Comando Militar do Oeste) deve concluir até o fim deste ano o trecho já em execução –que vai da rua Guia Lopes, no cruzamento com a avenida Afonso Pena, no Amambai, e se estende pela rua Brilhante até a avenida Marechal Deodoro, na região da Vila Bandeirante. O trecho está estimado em R$ 6,5 milhões, envolvendo a implantação de drenagem também em vias adjacentes, como a avenida Salgado Filho, de fiação subterrânea e corredor de transporte público com pavimento mais resistente.

Até fevereiro, deve ser licitado o trecho da avenida Bandeirantes –considerado o mais crítico, diante da ausência de rede de drenagem e das péssimas condições do pavimento. Serão 3,89 quilômetros de recapeamento da via e 2,4 quilômetros de rede de drenagem a ser implantada, perfazendo investimento de até R$ 8,21 milhões. Também será implantada faixa exclusiva para ônibus na faixa esquerda, nova rede semafórica e pontos de embarque.

Na sequência, a prefeitura fará concorrência para revitalização da as avenidas Marechal Deodoro e Gunter Hans.

Corredor sudoeste seria concluído em fevereiro de 2019. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Corredor sudoeste seria concluído em fevereiro de 2019. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Acordo – O rompimento do convênio entre prefeitura e Exército, conforme Fiorese, ocorreu com aval da Caixa Econômica Federal. O adjunto da Sisep, Ariel Serra, salientou que o acordo com as Forças Armadas foi fundamental para impedir que Campo Grande perdesse R$ 180 milhões previstos para obras de mobilidade urbana, garantidos em financiamento datado de 2012.

“Se a não obra começasse em fevereiro e não houvesse o primeiro desembolso dois meses depois, simplesmente o contrato seria rescindido pela Caixa e a cidade perderia recurso de um projeto fundamental para modernizar o transporte coletivo”, observou Serra, conforme a assessoria do Paço Municipal.

No total, o corredor sudoeste terá pouco mais de 12 quilômetros. Quando contratado na gestão do ex-prefeito Alcides Bernal (Progressistas), em 2016, o custo do empreendimento foi anunciado em R$ 24 milhões. Antes de o Exército assumir a obra, a prefeitura tentou, sem sucesso, contratar empresas para assumirem a obra.

Trechos da Brilhante que já receberam obras apresentam falhas e desgaste. (Foto: André Bittar)
Trechos da Brilhante que já receberam obras apresentam falhas e desgaste. (Foto: André Bittar)

Críticas – Bernal havia anunciado à época que o Exército faria um serviço de melhor qualidade e por um preço mais baixo –empreiteiras protestaram contra o convênio, alegando que o corredor sudoeste permitiria a geração de empregos no setor de construção. Logo no início, o projeto enfrentou críticas por conta do transtorno a comerciantes e moradores, devido ao fechamento de quadras das ruas Guia Lopes e Brilhante para sua realização. Em paralelo, empresários contestavam a localização do corredor de transporte.

A demora na conclusão do recapeamento também motivou críticas de empresários, que em audiência na Câmara Municipal apontaram em novembro de 2017 prejuízos com a demora na conclusão das obras na rua Brilhante.

Nesta manhã, a reportagem do Campo Grande News esteve na rua Brilhante, onde constatou que trechos da obra já executada pelo Exército apresentavam falhas e remendos.

Os militares alegaram que informações desencontradas sobre a rede de água, cuja instalação não batia com o mapeamento, causando rompimento de canos durante a implantação do novo pavimento. A Águas Guariroba nega a inconsistência nas informações e se disse à disposição.

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