Explosão com "técnica diferente" causou tremor e assustou moradores
Técnicos do DNPM-MS (Departamento Nacional de Produção Mineral), do Ministério de Minas e Energia, confirmaram, na manhã de hoje, que a explosão na pedreira Votorantim, localizada na saída para Rochedo, assustou os moradores da Capital na sexta-feira (19). Eles realizaram vistoria no local e confirmaram a utilização de "técnica diferente", que teria causado o barulho e tremores em alguns bairros da cidade.
O superintendente regional do DBPM-MS, Antonio Carlos Navarrete Sanches, explica que a detonação na data e horário em que os supostos tremores ocorreram estava prevista no plano de fogo autorizado pelo departamento e pelo Exercito Brasileiro, no entanto, a utilização de uma técnica “diferente”, conhecida como “booster”, pode ter aumentado o potencial das explosões.
“Tivemos o conhecimento de que foi utilizado esta técnica, que não leva mais explosivos do que uma detonação comum, no entanto, praticamente dobra os efeitos. Por isso, acreditamos que este excedente tenha provocado alguma sensação de tremor e as condições do vento favoreceram a propagação do som”, disse. Segundo ele, constatou-se que estavam sendo utilizados 3 "booster" (reforçadores) em cada coluna de explosivos, o que seria atípico.
O booster é um acessório para reforçar a iniciação de explosivos ou agentes explosivos (derramáveis ou bombeáveis), transmitindo elevada pressão de detonação.
Sanches reitera que apesar da técnica aumentar o poder destrutivo dos explosivos, o volume utilizado não seria suficiente para “tremer a cidade toda”, como foi relatado por moradores de diversos bairros.
“Apesar de maior, a explosão não saiu muito fora do comum e por isso não daria para moradores de bairros mais afastados da pedreira, por exemplo, sentirem os tremores. Houve um pouco de exagero neste episódio”, conclui.
Segundo o superintendente, teste chamado sismografia foi feito para verificar as consequências da explosão, e na quinta-feira (25), uma nova detonação deve ocorrer também para verificar os impactos.
Nada fora do normal - Em nota, a empresa Votorantim Mineração afirmou que cumpre rigorosamente as normas de segurança previstas em lei, que o monitoramento é constante e que não registrou nenhum ponto de detonação de rochas fora do normal.
Susto - O estrondo ouvido na tarde desta sexta-feira (19) em diversas regiões de Campo Grande assustou moradores, que repercutiram o fato na rede social Facebook. Muitos escutaram o barulho de uma explosão e alguns viram as janelas de casa tremeram.
Moradores da Vila Sobrinho, próximo à Praça do Papa, acreditam que eram explosivos no quartel que fica próximo. Depois do fato, helicópteros sobrevoaram a região.
O barulho foi ouvido pela população da Vila Planalto e Taveirópolis também.
Pessoas disseram ouvir também na região da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e na Avenida Calógeras, no Centro da cidade.