Reajuste do salário mínimo injetará R$ 81 bilhões na economia
Aumento beneficiará quase 62 milhões de brasileiros, estima o Dieese
O novo salário mínimo, fixado em R$ 1.621, deve injetar R$ 81,7 bilhões na economia brasileira em 2026, segundo estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O valor entra em vigor em 1º de janeiro e começa a ser pago em fevereiro. O cálculo considera efeitos sobre renda, consumo e arrecadação, mesmo em cenário de maior restrição fiscal.
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De acordo com o Dieese, cerca de 61,9 milhões de pessoas terão rendimentos diretamente influenciados pelo reajuste. Do total, 29,3 milhões são aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Outros 17,7 milhões são empregados formais, 10,7 milhões autônomos, 3,9 milhões trabalhadores domésticos e 383 mil empregadores.
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O novo valor representa reajuste nominal de 6,79% em relação ao piso atual. A correção segue a política permanente de valorização do salário mínimo, que combina inflação e crescimento econômico. O aumento nominal será de R$ 103.
O reajuste também amplia despesas públicas atreladas ao piso nacional. O Dieese estima aumento de R$ 39,1 bilhões nos gastos da Previdência Social em 2026. Cada real acrescido ao salário mínimo gera custo adicional de R$ 380,5 milhões aos cofres públicos.
Ainda conforme o levantamento, 46% dos gastos previdenciários sofrem impacto direto do reajuste. Aproximadamente 70,8% dos beneficiários do sistema recebem valores vinculados ao salário mínimo. O cenário impõe desafio ao governo na conciliação entre aumento de renda e controle das despesas obrigatórias.
O cálculo do novo mínimo segue a Lei 14.663, de 2023, que considera o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. Para 2026, a inflação acumulada foi de 4,18%. O crescimento do PIB, de 3,4%, ficou limitado a 2,5% pelo novo arcabouço fiscal, conforme a Lei Complementar 200/2023.


