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Capital

Tatuador exibe gato morto e diz ter colocado cachorro para matar animais

A declaração gerou revolta nas redes sociais e troca de acusações e ofensas entre o homem e uma jovem

Por Bruna Marques | 26/12/2025 13:38


RESUMO

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Um tatuador de Campo Grande gerou polêmica nas redes sociais ao publicar vídeos mostrando que colocou um cachorro em casa para matar gatos que entram em seu quintal. O profissional exibiu um saco de lixo contendo um gato morto e fez ataques diretos a uma mulher que o criticou online. O caso ganhou repercussão após o tatuador alegar que fez diversas denúncias ao CCZ e à Decat sobre aproximadamente 40 gatos mantidos por uma vizinha em condições precárias. Segundo especialistas, embora o dono do cão não responda por maus-tratos nessa situação, as ofensas proferidas contra a denunciante podem resultar em processo judicial.

Tatuador de Campo Grande publicou, nesta quinta-feira (25), uma série de vídeos no Instagram afirmando que colocou um cachorro em casa para matar gatos que entram em seu quintal. As gravações, repostadas por ele após ser marcado por uma mulher, mostram desde a exibição de um saco de lixo com um gato morto até ataques diretos a quem o criticou nas redes.

Antes de republicar os vídeos, o tatuador inicia com a frase: “rapaziada, e hoje que eu acordei com uma vagabunda querendo lacrar na minha DM, se liga”. Em seguida, ele compartilha o conteúdo em que aparece dizendo: “coloquei a Kira aqui e esse é o primeiro resultado”, enquanto mostra um saco de lixo e afirma que dentro há um gato morto. Logo depois, grava o próprio rosto e diz: “você está maltratando animais? Não! Estou apenas defendendo o quintal de ficar entrando gato indesejado de vizinho que não cuida. Quem achar ruim reclama no Ibama”.

Em outro vídeo, o tatuador afirma não se sentir mal com a situação. “Não, não fico, porque estou há mais de dois anos fazendo denúncia no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), na Decat ( Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) e ninguém faz bosta nenhuma. Mano, o bichinho não tem culpa, não vou ficar matando gato, só que só tem como defender o quintal colocando o cachorro e foi o que eu fiz, então eu acho mais que justo”.

Após a repercussão, ele voltou a gravar novos vídeos, intensificando o tom contra a mulher que o marcou. “Vocês devem conhecer aquele tipo de gente e eu infelizmente conheço e estou farto desse tipo de gente que não tem bosta nenhuma para agregar na vida de ninguém”, disse, antes de listar ofensas pessoais. Em outro trecho, declarou: “eu podia muito bem fazer armadilha, estrangular os gatos, esquartejar, mas eu não faço isso, porque os bichos não têm culpa. Então eu fiz o que todo mundo faz, que é colocar a p**** de um cachorro dentro de casa para defender o quintal. O que tem de errado nisso?”.

Na sequência, ele passa a argumentar que estaria amparado pela lei, embora admita não saber citar normas específicas. “Até onde eu sei está amparado por lei isso daí. Não vou saber o exato artigo, decreto, caralho a quatro”, afirmou, questionando por que seria responsabilizado pelo cachorro enquanto os donos dos gatos soltos não responderiam pelos animais.

Depois, o tatuador publicou textos sobre legislação relacionada a animais, citando a Lei nº 9.605/1998 e a Lei nº 14.064/2020, que tratam de crimes ambientais e maus-tratos. O conteúdo ressalta que não há lei federal que proíba gatos de circularem livremente, mas que tutores podem responder civilmente por danos causados pelos animais, conforme regras locais.

Em outra postagem, ele divulgou um print do perfil da mulher e escreveu: “bora lá dar atenção já que o pai dela não deu (isso se ela tiver pai)”. Em vídeo posterior, afirmou: “se essa p*** estiver com dó ela que venha aqui, pegue todos os gatos e leva para casa dela para criar”, além de dizer que entraria com processo por danos morais e que não se preocupa em perder clientes.

A mulher respondeu com vídeos próprios, rebatendo as ofensas. “Como ele disse, eu preciso de atenção e eu sou uma p*** e uma vagabunda que precisa de fama”, afirmou, ironizando o tatuador e criticando o fato de ele ter feito o cachorro matar um gato. Em outro trecho, disse: “vocês desrespeitaram um bicho, bicho não tem ninguém para defender ele, você fez o seu cachorro matar um gato”.

Em nova gravação, a moça também contestou o argumento jurídico apresentado por ele e voltou a criticá-lo pessoalmente, afirmando que ele estaria usando leis antigas e que deveria “estudar um pouquinho”.

O Campo Grande News conversou com o tatuador, que afirmou conviver há cerca de dois anos com um problema envolvendo aproximadamente 40 gatos mantidos por uma senhora em uma kitnet próxima. Segundo ele, os animais seriam criados soltos, sem vacinação adequada, com gatas prenhas e filhotes, causando sujeira, mau cheiro, brigas nos telhados e invasões a casas vizinhas. Ele disse já ter feito denúncias ao CCZ e à Decat, sem resultado.

O tatuador relatou que uma amiga deixou o cachorro em sua casa para espantar os gatos e que, após a morte de um deles, passou a receber ameaças. Ele afirma ter procurado um advogado para entrar com ação por danos morais e que teme sair de casa. Também enviou à reportagem um vídeo de uma senhora alimentando vários gatos na esquina de sua residência.

Conforme apurado, se um gato adentrar o imóvel vizinho e for atacado por um cachorro que esteja no local, o dono do cão não responderia por maus-tratos, já que não existe esse tipo de ilícito na forma culposa. No entanto, os xingamentos e ofensas direcionados à mulher podem gerar responsabilização, caso ela deseje acionar a Justiça.

A reportagem tentou contato com a moça que fez a exposição, mas, até a publicação da matéria, as mensagens enviadas pelo Instagram não foram respondidas. O espaço segue aberto.

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