Família de gestante morta durante parto diz não ter recebido laudo
Parentes ainda aguardam resultado da necropsia
A família de Roseleide Leite da Silva, 32 anos, afirmou que não teve acesso ao relatório feito por médicos legistas e patologistas, encaminhado à maternidade Cândido Mariano, que aponta uma doença rara como causa da morte da gestante durante uma cesariana no hospital ocorrida no último sábado (26).
Durante a manhã o diretor clínico da maternidade Benedito Neto, afirmou que parentes de Roseleide receberam uma cópia do laudo e foram inclusive convidados a comparecer ao local para maiores esclarecimentos.
Familiares entraram em contato com o Campo Grande News depois de acompanharem pela TV as informações divulgadas pelo hospital. Eles afirmam que receberam apenas um relatório médico relatando o que aconteceu na sala de parto. As informações repassadas pelo legista foram que o resultado do exame ficaria pronto em somente 15 dias.
O advogado da Associação das Vítimas de Erros Médicos Paulo Camaro, que cuida do caso de Roseleide orientou a família a não passar as informações que constam nesse documento, mas a prima da gestante Daiana Cardenas Bogado da Silva adiantou que não constam dados sobre a doença rara que levou a parente dela à morte.
A tia de Roseleide Roselei Cardenas Bogado da Silva afirmou ainda que nenhum membro da família recebeu convite da maternidade para comparecer ao hospital pela manhã.
Mistério - O diretor clínico do hospital afirmou durante coletiva realizada durante a manhã que não divulgaria dados sobre a doença ou os sintomas apresentados pela gestante por causa de questões éticas.
Ele adiantou que se trata de complicações inerentes somente ao parto e não aparecem nos exames pré-natais.
Em contato com médicos antigos, descobriu que há mais de 20 anos não havia vítima de tal patologia e que o caso de Roseleide pode ter sido o 2º registrado em Campo Grande e, portanto, não há motivo para que futuras mães entrem em pânico.
Morte - A gestante foi à maternidade acompanhada pela amiga Adriana Evangelista, 26 anos. Antes de seguir para o centro cirúrgico, tirou fotos com o próprio celular, já com as roupas apropriadas para a operação, e ligou para o marido.
Adriana relata que a gestante deu entrada às 7 horas e às 8h45 foi para o centro cirúrgico. Até as 13h30, horário que segundo Adriana recebeu orientação para chamar os familiares por conta de um imprevisto, nenhuma informação foi repassada.
No dia da morte a família diz ter conseguido acesso apenas ao laudo preliminar do Imol (Instituto Médico Odontológico Legal), que também não apontava causas precisas para a morte.